36% das empresas da bolsa pagam proventos em até 30 dias, diz estudo
Até 90 dias poderia ser considerado um prazo razoável para uma empresa pagar os proventos anunciados, diz o analista. Após esse período, o custo psicológico é maior. “Até 30 dias seria o melhor dos cenários”, pontua Oliveira.
Apesar disso, a demora nos pagamentos por parte de uma empresa não necessariamente anula seus bons fundamentos. A dica é analisar caso a caso. Oliveira cita, por exemplo, a Telefônica Brasil (VIVT3), que apesar de demorar 327 dias em média para remunerar seus acionistas, é uma empresa sólida, com protagonismo no setor de telecomunicações e resultados firmes. “Além do payout (parcela do lucro líquido destinada a proventos) já anunciado de 100%, que é excelente para os investidores que gostam de dividendos”, diz Oliveira.
Sanepar e Cemig são outras duas empresas que seguem o mesmo formato: demoram a pagar, mas possuem ótimos fundamentos, destaca Gabriel Duarte, analista da Ticker Research.
Quando empresas anunciam valores relevantes é normal que acabem postergando um pouco os pagamentos, lembra Duarte. É o caso da Petrobras, por exemplo, que, no ano fiscal de 2023, já chegou a ter data de corte para proventos em agosto e pagamentos programados apenas para novembro e dezembro.
“Quando há proventos extraordinários, de valores relevantes, muitas vezes é bom para a empresa ficar com valores em caixa rendendo juros e depois fazer o pagamento atualizado”, observa Duarte.
Como lidar com pagamentos distanciados?
Uma das estratégias recomendadas pelos analistas é intercalar empresas e prazos. Segundo Oliveira, o investidor pode escolher uma empresa como Banco do Brasil que faz oito pagamentos ao ano e depois buscar duas empresas que paguem semestralmente, como Engie Brasil e BB Seguridade, exemplifica. Com isso o investidor já estará coberto de um bom fluxo de pagamentos e poderia acrescentar na carteira uma empresa que pague apenas uma vez ao ano ou que demora em remunerar seus acionistas.
Matéria: UOL Economia