Ansiedade é eleita palavra do ano por 22% dos brasileiros
A ansiedade foi escolhida como a palavra que melhor define o ano de 2024 para os brasileiros, de acordo com pesquisa da CAUSE em parceria com o Instituto de Pesquisa IDEIA. O termo foi mencionado por 22% dos entrevistados, superando outras palavras como “resiliência” (21%) e “inteligência artificial” (20%). Especialistas apontam que essa escolha reflete o cenário de rápidas mudanças e incertezas que marcaram o ano, influenciando diretamente o bem-estar emocional da população.
De acordo com Leandro Machado, cientista político e sócio-fundador da CAUSE, a ansiedade traduz o estado de adaptação constante a desafios econômicos, avanços tecnológicos e questões ambientais. “Essa palavra encapsula o sentimento de desorientação em um mundo que exige equilíbrio em meio à complexidade”, analisa. A psicóloga Larissa Fonseca complementa, destacando que o uso excessivo de telas e o ritmo acelerado da vida moderna contribuem para a intolerância às incertezas e para o aumento de quadros ansiosos mais graves.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera mundialmente em casos de ansiedade, afetando 9,3% da população. Conforme a psicóloga, muitos pacientes apresentam sintomas como crises de pânico, Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG) e dificuldades de comunicação emocional. Esses quadros frequentemente estão associados a fatores como insegurança econômica, tensões políticas e a pressão por produtividade exacerbada no ambiente digital.
Sintomas de ansiedade
Os sinais físicos e emocionais da ansiedade podem variar, mas frequentemente incluem:
- Náusea, vômito e diarreia;
- Falta de ar e sensação de engasgo;
- Sudorese, palpitações e frequência cardíaca elevada;
- Tensão muscular e sensação de aperto no peito.
Diante desse cenário, especialistas destacam a importância de estratégias voltadas à promoção de saúde mental e ao fortalecimento de redes de apoio. Além disso, governos e empresas têm um papel essencial em reduzir o impacto das pressões cotidianas. A palavra do ano, acima de tudo, alerta para a necessidade de uma sociedade mais atenta à saúde emocional.
Tribuna do Planalto