Audiência de PMs acusados de matar adolescente há 7 anos acontece nesta segunda (7)

JUSTIÇA
Esta será a primeira vez que os acusados prestarão depoimento na Justiça sobre o caso

João Vitor Mateus de Oliveira, desaparecido desde 2018 (Foto: Reprodução)
Os quatro policiais militares acusados de assassinar o adolescente João Vitor Mateus de Oliveira, 14 anos, e outros três jovens em 2018 enfrentarão, nesta segunda-feira (7), a audiência de instrução e julgamento. O caso, conhecido como Chacina Solar Bougainville, completa quase sete anos sem que o corpo de João Vitor tenha sido encontrado.
Os PMs denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) são: Tenente Fabrício Francisco da Costa, Cabo Eder de Sousa Bernardes, Soldado Cledson Valadares Silva Barbosa e Sargento Thiago Antônio de Almeida.
Eles respondem por homicídio qualificado (motivo fútil, emboscada e ocultação de cadáver) e ocultação do corpo de João Vitor, que desapareceu após ser levado pelos policiais de uma casa no bairro Solar Bougainville, onde jogava videogame com os amigos.
Contexto e versão dos PMs
Em 23 de abril de 2018, os PMs alegaram ter ido ao local para averiguar um carro roubado. Segundo a versão deles, houve troca de tiros, mas perícias não encontraram indícios de confronto. Três jovens – Marley Ferreira Nunes, 17, Matheus Henrique de Barros Melo, 19, e Divino Gustavo de Oliveira, 19 – foram mortos dentro da residência.
Já João Vitor, testemunha do crime, foi levado vivo e executado em uma mata a 2,4 km dali, onde foram encontrados seus chinelos, restos do celular e cápsulas de bala. O MP sustenta que o adolescente foi morto para não delatar os PMs.
Esta será a primeira vez que os acusados prestarão depoimento na Justiça sobre o caso. O Ministério Público afirma que as provas técnicas desmentem a versão dos policiais, já que não foram encontradas armas na casa no dia do crime e as que surgiram posteriormente não tinham ligação com os jovens e não há indícios de que os tiros tenham partido das vítimas.
A Polícia Militar informou que os acusados estão afastados das ruas e cumprem funções administrativas. A defesa dos PMs não se manifestou.
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