Saúde

Brasileiras olímpicas escancaram janelas de oportunidade

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O ineditismo é a marca das Olimpíadas de Paris: pela primeira vez, levamos mais mulheres do que homens para os Jogos (153 x 124); pela primeira vez, elas lideram o quadro de medalhas do Brasil.

Beatriz Souza conquistou o primeiro ouro da equipe. Rebeca Andrade, também com um ouro, ocupa o primeiro lugar no ranking de atletas com mais medalhas na história olímpica do Brasil. Um terceiro ouro escapou por diferença de 0.17 pontos, margem que determinou a prata de Tatiana Weston-Webb no surfe.

Até agora, foram nove medalhas delas (dois ouros, três pratas e quatro bronzes) e quatro deles (duas pratas e dois bronzes). A tendência é que as mulheres continuem na liderança.

Temos o pódio garantido no futebol feminino, boas chances com a seleção de vôlei, com a maratona aquática e com o vôlei de praia. Os homens já não têm tanta perspectiva de medalhar até o fim de Paris, com as melhores chances no atletismo e na canoagem velocidade.

Ser mulher no esporte é enfrentar uma jornada dupla de barreiras: os desafios de ser atleta somados aos desafios de ser mulher.

Após o ouro, o corpo de Beatriz Souza foi pauta de discussão, levando a atleta a se abrir sobre as inseguranças que enfrentou na infância, hoje superadas: “faltava me conhecer mais e ver que a minha beleza também importa”, disse à Folha. “Se eu não amar o meu corpo, quem que vai trabalhar para manter ele em plenas condições físicas para competir, para andar por aí, para se sentir bem.”

Na disputa entre Rebeca Andrade e Simone Biles, foi alimentado o estereótipo da rivalidade feminina. Aquela ideia de que mulheres se estapeiam e puxam os cabelos de quem ousar aparecer mais do que elas. No fim, as duas protagonizaram um dos momentos mais marcantes dos Jogos ao dividirem o pódio com Jordan Chiles.

Nesta última semana, o transmissor oficial dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 orientou os operadores de câmera a filmarem homens e mulheres da mesma maneira, a fim de evitar “estereótipos e sexismo”.

Antes mesmo do início dos Jogos, o corpo feminino foi objeto de debate após a divulgação do uniforme de atletismo das americanas: maiôs cavados que, de acordo com as atletas, “priorizavam aparência em vez de funcionalidade”.

Apesar de disso, as atletas, especialmente as brasileiras, têm mostrado que aproveitam as janelas de oportunidade para mostrar o resultado de muito treino e anos de dedicação ao esporte.

Li por aqui

Vale a pena conferir o texto completo sobre o sucesso e histórico feminino nas Olimpíadas, a conversa da colunista Mônica Bergamo com Bia Souza e a coluna da Mariana Mandelli sobre a sexualização das mulheres olímpicas.

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Informação

Folha de São Paulo

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