Carro ou proteção vitalícia: qual presente seu filho vai valorizar mais no futuro?

Aos 18 anos eu não tinha a maturidade necessária para compreender o valor de uma escolha. No meu segundo ano de faculdade, em 1993, ganhei um Fusquinha de meus pais. Para mim, aquilo significava independência. Naquela época, não havia aplicativo de transporte e, onde eu morava, para pegar um táxi, era preciso caminhar dois quilômetros —e o táxi ainda era bem mais caro do que hoje.
Mas hoje tudo mudou. Assim, questiono, ainda faz sentido dar um automóvel para o filho que entra na faculdade?
Quem sou eu para criticar, certo? Não tenho filhos, mas, se tivesse, confesso que daria a segunda opção que descrevo abaixo.
Minha reflexão hoje vem porque, recentemente, um amigo deu um carro de R$ 120 mil ao filho que passou no vestibular. Vamos às contas para entender os custos e justificar minha sugestão.
Esse carro, bem cuidado, daqui a dez anos poderá ser vendido por cerca de 40% do valor original —ou seja, R$ 48 mil. Uma perda patrimonial de R$ 72 mil só pela depreciação.
Se for financiado em cinco anos, com taxa média de 1,7% ao mês, o valor total pago será próximo de R$ 170 mil. Além disso, há seguro, manutenção, impostos, combustível, estacionamentos. No acumulado, manter esse carro por dez anos pode custar R$ 270 mil —uma média de R$ 27 mil por ano.
E se, em vez disso, fosse utilizado um aplicativo de transporte?
Com esse mesmo valor anual, seria possível gastar cerca de R$ 2.250 por mês em corridas. Esse valor permite aproximadamente 750 km de deslocamentos mensais —ou 25 km por dia, todos os dias. Para muitos jovens, mais que suficiente para faculdade, estágio e lazer, sem os custos e preocupações de ter um veículo.
Mas minha sugestão é outra. E se, com parte desse valor, fosse feito um investimento em proteção de longo prazo?
Por cerca de R$ 16 mil anuais, durante apenas dez anos, seria possível contratar um seguro vitalício de proteção de R$ 1 milhão para invalidez por doença ou acidente, além de um seguro de vida também vitalício de R$ 1 milhão por morte acidental. Ou seja, paga-se por dez anos, mas o seguro vale por toda a vida do filho. Todos esses valores atualizados pela inflação.
Ao final desse período, sem necessidade de seguir pagando, o filho ainda pode decidir entre manter todas as proteções para o resto da vida e sacar o valor atualizado pela inflação de R$ 120 mil —ou seja, o mesmo valor do carro. Mas, agora, em um momento em que ele tem maturidade para decidir o que é melhor para ele e para seus futuros filhos. E esse valor vai seguir se valorizando.
Mais do que números, há benefícios intangíveis. Essa proteção significa segurança financeira caso ocorra invalidez ou doença grave, poupando a família de despesas imprevistas e garantindo a continuidade dos projetos do jovem.
E há um ponto crucial: este é o melhor momento da vida para fazer um seguro como esse. Quando jovem, o custo é muito mais baixo e, provavelmente, há menos enfermidades que poderiam encarecer ou restringir a contratação.
Um carro pode ser adquirido a qualquer momento da vida, mas juventude e saúde são condições que nunca mais se repetirão. E, ao contrário do automóvel, que perde valor e exige manutenção constante, esse presente cresce em proteção e significado com o tempo.
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Folha de São Paulo