Claudia Alencar expõe desespero em gravação de enterro em novela: ‘Não levantei’

Atriz Claudia Alencar expõe desespero que sentiu ao gravar a cena em que sua personagem morria em Porto dos Milagres, na Globo
Claudia Alencar compartilhou com seus seguidores nesta terça-feira (22) detalhes de como foram os bastidores da novela Porto dos Milagres, exibida em 2001 pela Globo. É que apesar da morte de sua personagem estar definida desde o início, os planos precisaram mudar repentinamente.
No auge da carreira, ela contou ter aceitado o papel não tão contente, já que faria uma pequena participação: “Entrei na novela para fazer trinta capítulos. Falei: ‘Como assim?’. Já me achei desmerecida. Como assim fazer 30 capítulos? Aí, fiz e não conseguiram me matar”.
Entretanto, quando sua personagem finalmente morreu na trama, a artista acabou passando por um sufoco enquanto gravava as cenas no caixão: “O personagem tinha que morrer de qualquer maneira. Me mataram no capítulo cem. No capítulo cem, fiquei três horas no caixão. Não levantei. Tinham posto um tanto de florzinhas e pensei, não vou fazer com que a produção tire as florzinhas e coloque no mesmo lugar. Não vai dar certo”.
“Todo mundo foi almoçar e eu fiquei lá. Só escutava. Virei uma grande orelha. Escutava tudo. Fiquei calma. Foi um desafio. Depois fiquei mais um mês em casa. e voltei como fantasma. Coisas de Aguinaldo Silva [autor]. Voltei para acabar com toda a corrupção da cidade”, finaliza Claudia Alencar.
CLAUDIA ALENCAR DE VOLTA AOS PALCOS
Claudia Alencar retomou sua carreira, após lutar pela sua vida em um longa internação de 6 meses e passar 10 dias em coma. Brilhando em Tieta como Laura, ou a mulher de branco, ela integra Camaradas, de Aloisio Villar e revisita o período da ditadura militar.
Resgatando a história trágica do golpe de 64 no Brasil, assim como Ainda Estou Aqui, a peça traz um olhar sobre o encontro dos torturados com seus torturadores. A atriz relembra os 20 dias que ficou presa por denunciar os absurdos que aconteciam no período com a sua arte e revela detalhes: “Vamos falar do encontro dos torturados da ditadura militar, do golpe de 64, com seus torturadores. Para mim, é muito importante. Aos 19 anos eu fui torturada, lá em São Paulo, porque eu fazia um teatro de denúncia e denunciava quem estava morrendo nas cadeias. Eu e a minha equipe apresentávamos isto nas ruas, nas faculdades. Não denunciei ninguém. Fui muito violentada e minha personagem na peça também é. É uma maneira de mostrar para a nova geração o que é a história do Brasil“.
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