Economia

Coca-Cola é condenada a pagar US$ 6 bilhões por evasão fiscal nos EUA

A Coca-Cola foi condenada a pagar cerca de US$ 2,7 bilhões em impostos nos Estados Unidos, ou cerca de US$ 6 bilhões incluindo juros, por contabilizar incorretamente suas vendas no exterior entre 2007 e 2009.

O grupo disse em um comunicado que pretendia recorrer da decisão proferida na quarta-feira (31) por um tribunal fiscal federal.

“A Coca-Cola considera firmemente que o IRS (sigla para Internal Revenue Service, o serviço de receita do governo americano) e o Tribunal Fiscal Federal mal-interpretaram e aplicaram mal as normas vigentes e defenderemos vigorosamente nosso posição na apelação”, afirmou a corporação.

Em um documento da bolsa de valores arquivado em 29 de julho, o grupo declarou que seria reembolsado se obtivesse satisfação no recurso.

A sanção se refere aos exercícios contábeis de 2007, 2008 e 2009, que representa um montante acumulado de US$ 2,7 bilhões, segundo a nota da Coca-Cola e o mesmo documento da bolsa.

Nesta nota, a multinacional americana diz que ainda seria necessário somar os juros acumulados entre 28 de junho e o pagamento de fato—em data a ser definida.

A Coca-Cola alertou que se os serviços fiscais americanos decidirem manter a mesma metodologia de cálculo para os anos posteriores a 2009, pode sofrer um ajuste adicional de US$ 16 bilhões, com juros já inclusos, a partir de 31 de dezembro de 2023.

“Estamos otimistas de que, entre nossa capacidade de gerar caixa a partir das atividades operacionais e nossa capacidade de pedir fundos emprestados a taxas de juros razoáveis, seremos capazes de gerir a gama de resultados potenciais em relação a esse assunto”, assegurou o grupo.

O caso começou em 2015, após uma investigação dos serviços fiscais americanos.

Os supervisores fiscais consideraram que a corporação subestimou suas renda tributável nos EUA—em US$ 9 bilhões nos três anos analisados—pela forma que contabilizou o valor pago pelas subsidiárias no Brasil, Chile, Costa Rica, Egito, Irlanda, México e Suazilândia.

Essa empresas fabricavam produtos concentrados em suas fábricas (xaropes, pós) que depois a sede decidiu utilizar em centenas de engarrafadoras associadas na Europa, Ásia, América Latina e Austrália para preparar as bebidas da companhia.

Folha de São Paulo

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