Com bala de creatina e paçoca de proteína, marcas diversificam produtos para ‘marombas’

Paçoca, sorvete, suco, bala. Na feira Arnold Sports, que acontece até domingo (6) no Expo Center Norte, na zona norte de São Paulo, um público formado por fãs de musculação e atletas adeptos do fisiculturismo tem à disposição um cardápio colorido e variado de suplementos alimentares.
São produtos com alto teor de proteína e zero açúcar, segundo as empresas, que podem ser acrescentados às porções alimentares cronometradas por horário e em medidas exatas para quem deseja “crescer”.
O atleta Fabiano Ferreira, 34, conhecido como Juggernaut —em homenagem ao personagem de proporções colossais da Marvel—, diz comer 500 gramas de arroz, 200 gramas de frango “e muita creatina“.
A carreira no fisiculturismo começou há 14 anos, ele conta, quando descarregava móveis de um caminhão de mudanças e foi descoberto por um olheiro que o levou para puxar ferro em uma academia na capital.
À época o mercado de suplementos alimentares ainda engatinhava. Antes restrito a fórmulas solúveis com alto teor de proteína sem açúcar, hoje dispõe de uma cartela diversa: balas de creatina, sorvetes de whey e paçocas light e proteicas.
O whey protein e a creatina são suplementos alimentares que auxiliam no ganho de força e na recomposição da massa muscular após treinos.
A marca Dr. Peanut, do grupo Supley, afirma ter lançado uma pasta de amendoim de pistache com whey após dois anos de pesquisas com consumidores.
A ideia, segundo o diretor de marketing Rocky Santos, é ajudar que muitos se atenham à dieta sem sentir saudades dos cremes açucarados de outrora. “Nós vimos que o pistache se manteve como um verdadeiro hype”, diz. Outra aposta da marca para a feira de musculação é a versão alfajor com creme de pistache.
A empresa com fábrica em Curitiba faturou R$ 160 milhões em 2024. Neste ano, pretende chegar aos R$ 180 milhões.
Em um estande próximo, a coordenadora Rayssa Pereira, da marca Konjac, apresenta o que parece ser um macarrão. Não é. Ou quase: feita com um tubérculo asiático, a massa não leva glúten, gordura, açúcar ou sódio. Mas promete ganho de fibra em opções que emulam de penne a espaguete.
“Nossa novidade para este ano é a versão de 1 kg”, diz. A embalagem custa cerca de R$ 70. “Ele auxilia em especial quem precisa secar os músculos durante o treino, porque garante muita saciedade”, acrescenta.
Na Arnold Sports, evento criado pelo ator e ídolo fisiculturista Arnold Schwarzenegger, a estimativa para os três dias de evento é que a mais de 200 marcas fechem 500 mil negócios.
A consultoria Euromonitor, responsável por análises globais de mercado, calcula que somente o mercado brasileiro movimente R$ 9 bilhões até 2028.
Antes voltados a atletas mais jovens em busca de crescimento muscular, o segmento também tem mirado cada vez mais os idosos, muitas vezes com mais dificuldades para consumo de proteína em quantidade ideal e maior propensão a perda de massa muscular.
Não é o caso de Soninha Ferraz, 82, que enfrentou uma competição de fisiculturismo aos 64 anos após ter perdido peso e se sentido “magrinha demais”, como diz. Hoje, com o auxílio de uma dieta regrada definida por um preparador físico, já levantou mais de 100 kg no supino. “Eu sempre quis ficar forte”, afirma.
Além de torneios de fisiculturismo e mesas de negócio, o evento conta com competições de levantamento de peso e atletas famosos, além de lançamentos de equipamentos de academia.
Informação
Folha de São Paulo