Como ajudar uma pessoa que está passando por uma crise de pânico
Ataques de pânico são episódios súbitos de medo e ansiedade. Mesmo sem haver um perigo iminente, a pessoa que passa por uma crise dessas enfrenta sintomas físicos, como taquicardia, falta de ar e tontura, e psicológicos, como medo de enlouquecer e de perder o controle.
Por mais que seja difícil para quem está ao lado entender a gravidade da situação, a pessoa que passa pela crise enfrenta sentimentos muito intensos e sensação de vulnerabilidade. Sendo assim, minimizar a situação só vai levar à sensação de incompreensão e, consequentemente, a mais ansiedade, medo e isolamento.
Apesar de o transtorno de pânico exigir tratamento adequado, como terapia cognitivo-comportamental (TCC) e, em alguns casos, uso de antidepressivos, não é preciso ser um profissional de saúde mental para oferecer apoio e um pouco de conforto durante uma crise.
A seguir, a neuropsicóloga Tammy Marchiori ensina algumas técnicas para amparar uma pessoa que enfrenta uma crise.
“Essas estratégias práticas podem ajudar a aliviar a intensidade da crise de pânico e proporcionar conforto imediato. Se a pessoa tiver crises frequentes, é importante que ela procure ajuda de um profissional de saúde mental para um tratamento contínuo e eficaz”, afirma Marchiori.
Mantenha a calma e ofereça segurança
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Fique calmo e use uma voz tranquila e reconfortante. Sua calma pode ajudar a pessoa a se sentir mais segura;
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ofereça reasseguramento: diga frases como “você está seguro aqui” e “estou aqui com você, vamos passar por isso juntos”, que podem proporcionar sensação de segurança e apoio;
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evite dizer “calma” ou “não se preocupe”, isso pode ser interpretado como uma minimização dos sentimentos da pessoa;
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esteja presente: às vezes, só sua presença calma e reconfortante é tudo o que a pessoa precisa
Ajude a controlar a respiração
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Instrua sobre a respiração lenta: peça para a pessoa inspirar lentamente pelo nariz contando até quatro, segurar o ar por dois segundos e expirar lentamente pela boca contando até seis;
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demonstre como fazer: respire junto com a pessoa para que ela possa acompanhar seu ritmo
Utilize técnicas de grounding (aterramento)
Passo a passo (técnica 5-4-3-2-1)
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Veja: peça para a pessoa identificar 5 coisas que ela pode ver ao seu redor;
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toque: peça para identificar 4 coisas que ela pode tocar;
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ouça: peça para identificar 3 sons que ela pode ouvir;
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cheire: peça para identificar 2 cheiros que ela pode sentir;
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saboreie: peça para identificar 1 gosto que ela pode sentir ou lembrar-se de algo que gosta de comer
Encoraje a falar sobre o que está sentindo
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Pergunte gentilmente: “Você pode me dizer o que está sentindo agora?” ou “o que você está pensando neste momento?”
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Ouça sem julgamentos: preste atenção ativa, mostrando empatia e compreensão
Sugira movimentos físicos leves
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Peça para a pessoa fazer movimentos simples, como apertar e soltar os punhos, levantar e abaixar os ombros ou andar lentamente pelo ambiente
“Os mecanismos que causam os ataques de pânico envolvem uma interação complexa de fatores físicos e psicológicos. Esses ataques podem, em alguns casos, ser desencadeados por estímulos que lembram situações de medo anteriores, o que ajuda a iniciar e manter o transtorno do pânico”, explica Marchiori.
O transtorno do pânico é definido quando, após uma crise, a pessoa passa a sentir medo constante de ter um novo ataque e muda sua rotina, deixando de sair de casa sozinha ou evitando situações que antes eram comuns, como dirigir, usar transporte público, ir à escola ou ao trabalho, por exemplo.
O diagnóstico correto deve ser feito por um psicólogo ou psiquiatra.
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Informação
Folha de São Paulo