Saúde

Consumo moderado de álcool aumenta os riscos à saúde e oferece poucos benefícios

Tanto em homens quanto em mulheres, beber apenas uma bebida alcoólica por dia aumenta o risco de cirrose hepática, câncer de esôfago, câncer oral e vários tipos de lesões, de acordo com uma análise federal divulgada na terça-feira (14).

As mulheres enfrentam um risco maior de desenvolver câncer de fígado mesmo com esse nível modesto de consumo. Beber duas doses por dia —o dobro da recomendação das Diretrizes Dietéticas dos EUA para mulheres, mas o nível atualmente aceito para homens —aumenta as chances de morte causada pelo álcool para ambos os sexos.

O relatório, preparado por um painel de revisão científica sob a supervisão do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, é um dos dois estudos conflitantes que serão usados para moldar as influentes Diretrizes Dietéticas dos EUA neste ano.

Há anos, alguns cientistas temem que os danos do consumo moderado tenham sido subestimados, especialmente o risco de câncer, de acordo com a Sociedade Americana de Câncer.

Em dezembro, uma revisão das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina, um órgão não governamental, chegou a conclusões que diferem deste último relatório, afirmando que o consumo moderado estava ligado a menos mortes por ataques cardíacos e derrames, além de menos mortes em geral, em comparação com a abstinência.

A análise das Academias Nacionais reconheceu que o consumo moderado em mulheres estava relacionado a um aumento pequeno, mas significativo, no câncer de mama, mas disse que não havia evidências suficientes para associar o álcool a outros tipos de câncer.

Neste mês, no entanto, o cirurgião-geral dos EUA, citando evidências científicas crescentes, pediu que o álcool fosse rotulado com avisos sobre câncer. E o relatório governamental divulgado na terça-feira concluiu que o risco aumentado de câncer está presente com qualquer quantidade de consumo de álcool e aumenta proporcionalmente ao consumo.

“O que muita gente pode ter considerado ‘consumo moderado’ é, na verdade, moderadamente arriscado”, afirma Timothy Naimi, um dos autores do novo relatório e diretor do Instituto Canadense de Pesquisa sobre Uso de Substâncias.

A nova análise não fez sugestões específicas sobre a quantidade de álcool que as pessoas deveriam consumir; isso será deixado para os autores das diretrizes dietéticas finais. Mas o relatório indica que os danos à saúde causados pelo álcool começam em níveis muito baixos de consumo e aumentam proporcionalmente à quantidade consumida.

Informação

Folha de São Paulo

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