Correção do FGTS pela inflação anima mercado imobiliário
A decisão do Supremo representa um alívio para o setor da construção civil, pois havia a possibilidade de mudar a forma de correção para a poupança e os recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida ficariam mais escassos.
Marcelo Tapai, especialista em direito imobiliário
FGTS é principal fonte de para financiar a construção da casa própria. As famílias de baixa renda têm o Fundo de Garantia como aliado, já que os recursos são os principais financiadores para as obras de habitação popular. “Não tem outro recurso alterativo no médio e longo prazo”, destaca Pedro Donadon, CEO do Grupo ADN. A Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) avalia que o veredito do STF traz uma “nova perspectiva” para o futuro do FGTS.
A decisão levou em consideração a importância da habitação e buscou preservar a capacidade do Fundo para investimento em habitação, saneamento e infraestrutura, e ainda permite que milhões de famílias possam conquistar o sonho da casa própria.
Luiz França, presidente da Abrainc
Construtoras veem espaço para redução do déficit habitacional. Com a aprovação da nova forma de correção do FGTS, a Abrainc cita dados da FGV (Fundação Getulio Vargas) para enfatizar a potencial ocupação de 7,8 milhões de moradias no Brasil. Tapai discorda da avaliação. “A grande concentração do déficit está no Minha Casa Minha Vida, porque nas faixas acima não têm essa concentração”, reforça Donadon.
Governo vê “vitória para todos os envolvidos”. Ao comemorar o acolhimento da proposta apresentada, a AGU (Advocacia-Geral da União) destaca a preservação dos interesses dos trabalhadores e a manutenções das demais funções sociais. “Ganham os trabalhadores, os que financiam suas moradias e os colaboradores do setor de construção civil”, diz Jorge Messias, advogado-geral da União.
Matéria: UOL Economia