Desemprego e salário baixo: economistas avaliam risco de recessão nos EUA
Movimento se juntou à preocupação de investidores com uma possível recessão nos Estados Unidos. Este sentimento pessimista foi intensificado por um relatório de empregos divulgado na sexta-feira anterior, 2, e, que mostrou uma desaceleração inesperada nas contratações em julho.
Recessão, por definição, é uma queda na atividade econômica de um país. Desde 1974, considera-se que uma economia está em recessão quando ocorrem dois trimestres consecutivos de queda no PIB (Produto Interno Bruto), que é o valor total de bens e serviços produzidos no país durante um determinado período, em comparação com o trimestre anterior.
A recessão econômica envolve diferentes situações. Entre elas, estão a redução do nível de atividade econômica, aumento do desemprego, diminuição dos indicadores de consumo e investimento, queda na renda familiar e redução da renda total da sociedade, que inclui salários de pessoas e lucros de empresas — essa retração pode resultar em menores lucros e maior risco de falência.
Há também o conceito de recessão técnica. Nesse caso, a economia precisa apresentar queda por três trimestres consecutivos, ou seja, nove meses, para ser considerada em recessão técnica.
É um sinal de alerta econômico. O cenário mais preocupante ocorre quando essa contração econômica se prolonga por um período extenso, afetando vários setores.
Pode ter diversas causas. As causas de uma recessão podem incluir políticas econômicas mal planejadas ou mal executadas, além de choques externos que provocam uma redução súbita na produção, no consumo e no investimento.
A retração econômica afeta diversos aspectos sociais e econômicos. Ela pode levar a um aumento da pobreza e a uma deterioração nos serviços de saúde, educação e habitação.
A recessão afeta a vida das pessoas porque temos menos empregos, mais pessoas em situação de vulnerabilidade, menor poder de compra, e, portanto, menor bem-estar.
Juliana Inhasz, professora e coordenadora da graduação em economia do Insper
A economia dos EUA continua forte. No último trimestre, a economia americana cresceu mais do que o esperado, impulsionada principalmente pelos gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços do PIB (Produto Interno Bruto) do país. O índice de atividades do setor de serviços dos Estados Unidos subiu de 48,8 em junho para 51,4 em julho, enquanto os analistas previam um aumento para 51.
Ainda não há recessão. Embora existam sinais de desaceleração na economia americana, isso não significa necessariamente uma recessão. É um alerta de que uma recessão pode ocorrer no futuro, mas ainda não é uma realidade, como explica Carla Beni, economista e professora de MBAs da FGV.
Matéria: UOL Economia