‘Devemos lidar com problemas’, diz Lemann sobre Americanas
As Americanas pediram recuperação judicial em janeiro de 2023. O pedido veio após a varejista informar ao mercado uma fraude contábil bilionária. Os números reais só vieram à tona no início de novembro do ano passado, quando a companhia finalmente divulgou o balanço de 2022, após diversos adiamentos.
A fraude foi de R$ 25,2 bilhões. O valor inclui R$ 20,4 bilhões de verbas de propaganda cooperada, que eram receitas fictícias lançadas como forma de diminuir o custo de mercadorias vendidas e de melhorar artificialmente o resultado operacional.
Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, da 3G Partners, são acionistas de referência da companhia. “Tivemos uma crise em uma das nossas empresas. Estamos lidando com isso. São 30 mil empregados. Temos que lidar com isso para salvar a empresa. E os problemas são, geralmente, uma oportunidade. Uma oportunidade para fazer algo diferente, para aprender e fazer melhor da próxima vez. O que é o problema, o que está causando o problema, e como vamos nos mover para frente?” disse o empresário sobre a Americanas.
Ao ser questionado sobre os sonhos para os próximos anos, Lemann mencionou a melhora na companhia. “Há uma melhora a ser feita. Essa melhora significa que nós que criamos essas empresas e operávamos elas no passado, não vamos poder operá-las mais, porque estamos ficando mais velhos, e temos que criar um sistema de trabalho através de diferentes tipos de governança que tivemos no passado quando estávamos lá, empurrando coisas nós mesmos. Então, temos que aprender isso. É possível. Há pessoas semelhantes a nós ao redor do mundo que estão fazendo um melhor trabalho de governança de grandes empresas e de interesses melhores do que nós.”
Lições de negócios
O empresário, que estudou Economia em Harvard, falou um pouco sobre a trajetória acadêmica e destacou a importância que o esporte teve na sua carreira como empresário. Ele, que foi jogador de tênis e que também surfa, costuma brincar que “aprendeu mais na praia do que em Harvard”.
Matéria: UOL Economia