Do pãozinho à gasolina: como o dólar a R$ 5,70 impacta seu bolso
As incertezas fiscais também contribuem para a valorização. O avanço do dólar nos últimos meses contou com a possibilidade de descumprimento das regras do arcabouço fiscal, que prevê zerar o déficit das contas públicas neste ano. Também pesa contra o real as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Quando a gente tem uma pressão como a atual, é porque os agentes econômicos percebem que há um potencial retorno melhor em dólar. Isso depende das taxas de juros americanas, em relação às brasileiras, e sobre como o Brasil vai lidar com o resultado fiscal e se vai conseguir estabilizar a nossa dívida ou não.
Caio Ferrari, professor de economia do Ibmec-RJ
Impacto para o brasileiro
Impacto pode ser sentido no curto e longo prazo. Os preços de produtos importados são os primeiros a serem afetados, mas a desvalorização do real pressiona a inflação geral da economia brasileira em efeito cascata.
Produtos importados ficam mais caros. Isso acontece porque as importações são negociadas em dólar, e os efeitos já podem ser sentidos em menos de um mês. O pão e o macarrão encarecem, já que o trigo, da farinha, é importado do exterior.
Existem alguns bens que não são possíveis de serem substituídos, como fertilizantes que o Brasil importa em larga escala. Eles ficam mais caro e isso pode contribuir em uma possível inflação de alimentos.
Caio Ferrari, professor de economia do Ibmec-RJ
Matéria: UOL Economia