Dos mais elegantes para os mais burros: Matt Damon cai para 'time D' de ladrões em 'Os provocadores'
Astro reencontra antigo amigo Casey Affleck, da infância e de ‘Onze homens e um segredo’, em estreia desta sexta (9): ‘Esses caras não conseguiriam entrar na gangue de Danny’. Matt Damon e Casey Affleck falam sobre ‘Os provocadores’
Para Matt Damon, seu novo filme, “Os provocadores”, é muitas coisas:
o reencontro com o amigo de infância, Casey Affleck, com quem atuou na trilogia iniciada por “Onze homens e um segredo” (2001);
uma reunião com o diretor Doug Liman, do primeiro “A Identidade Bourne” (2002);
uma espécie de “rebaixamento” – da turma de ladrões mais inteligentes e elegantes do mundo, estrelas dos filmes com George Clooney e Brad Pitt, para dois dos criminosos mais burros do cinema.
“Esses caras não conseguiriam entrar na gangue de Danny Ocean.”
“De jeito nenhum. É isso que é divertido. Eles são meio que o time D. Eles não são muito bons no que estão fazendo”, diz o astro de 53 anos em entrevista ao g1. A intenção é manter o contraste mesmo com “Onze homens” e outros filmes do gênero. Assista ao vídeo acima.
“Muitas vezes, em filmes de roubos, é sobre exatamente o que você está falando. Todo mundo tem sua área de especialidade. Eles são mais espertos que todo mundo. Não, esses caras (de ‘Os provocadores’) literalmente não sabem o que estão fazendo.”
“Os provocadores” está disponível na plataforma Apple TV+.
Matt Damon e Casey Affleck em cena de ‘Os provocadores’
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‘Eu prefiro o time D’
No roteiro escrito por Affleck e Chuck MacLean (“City on a hill”), os amigos interpretam uma dupla de ladrões com pouca experiência (ou zero, no caso do personagem de Damon).
Quando o roubo do qual participam dá errado, eles unem forças para escapar de seu alvo, o prefeito corrupto (Ron Perlman) que acabou de perder a reeleição.
Em fuga e sem qualquer ideia de como se salvar, a dupla aos poucos forma uma amizade improvável – e ainda conta com a ajuda relutante da psicóloga (Hong Chau) de um deles.
A comédia pode ser leve, mas não está interessada em um final fácil. Para Affleck, que se uniu ao projeto criado por MacLean, a inexperiência dos protagonistas é mais atraente que a infalibilidade da gangue de Danny.
“Eu prefiro interpretar o time D. Prefiro. Eles são mais fáceis de se identificar, eu acho”, diz ele. Aos 48 anos, o ganhador de um Oscar pela atuação em “Manchester à beira-mar” (2016) conta que está acostumado a ver suas ideias se transformarem entre a concepção e a realização.
“Às vezes penso que vou escrever um filme de terror e acabo escrevendo, eventualmente, quando chego ao final, um drama sobre paternidade ou algo assim. Não chega nem perto daquilo que você queria fazer no começo. Inevitavelmente, os temas que te interessam afloram.”
Hong Chau, Casey Affleck e Matt Damon em cena de ‘Os provocadores’
Divulgação
Amigos e irmãos
É inegável que Damon seja o nome mais conhecido da dupla, por mais que seu único Oscar tenha sido ganho pelo roteiro de “Gênio indomável” (1997) – escrito, é claro, com o irmão mais velho de Casey, Ben.
Os dois, ou três, se conhecem há cerca de 43 anos desde que se conheceram na infância em em sua cidade natal, Boston.
Além de trabalhar junto – Ben é um dos produtores de “Os provocadores” –, o trio chegou a morar junto em Los Angeles, quando ainda tentavam dar início às suas carreiras.
“Acho que é uma grande vantagem ter um mesmo ponto de referência que alguém, quando tem toda essa experiência compartilhada. Você pode falar muito francamente um com o outro sem que o ego de ninguém se envolva”, diz Damon.
“E o nosso diretor, Doug Liman, é igual. Eu trabalhei com ele há 20 anos. E ele também meio que não liga para o tipo de diplomacia que desperdiça tempo. Ele olha para quais os problemas em sua frente e pensa em como resolvê-los.”
Matt Damon, Jack Harlow, Alfred Molina e Michael Stuhlbarg em cena de ‘Os provocadores’
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Matéria: G1 POP & Arte