Entenda por que janeiro costuma ter aumento da taxa de desemprego
As diferentes análises são explicadas pela sazonalidade. Para fugir das eventuais inconsistências, a orientação dos especialistas é sempre analisar as séries dessazonalizadas. Ou seja, somente a comparação com intervalos similares evita conclusões baseadas em tradicionais oscilações de determinados períodos.
Historicamente, o perfil da economia brasileira tem um maior nível de contratação no começo do ano. No meio do ano, fica mais difícil e, no final, geralmente costumamos ter alguns bons meses.
Pedro Lang, especialista da Valor Investimentos
O mesmo efeito ocorre com os dados do Ministério do Trabalho. Divulgado mensalmente, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) evidencia uma tendência frequente da economia nacional. Desde 2021, os meses de dezembro foram os únicos com mais demissões do que contratações.
Movimento evidenciado pelo volume de desocupados em janeiro. A piora das admissões ao final do ano reflete no aumento da taxa de desemprego no Brasil. Desde o início da série histórica da Pnad, em 2012, a desocupação aumentou em todos os trimestres encerrados no primeiro mês dos anos.
Tendência de alta no primeiro trimestre. Na comparação com os três meses anteriores, o primeiro trimestre também carrega um efeito da sazonalidade, conforme os dados da Pnad. Desde 2012, o desemprego não cresceu no período apenas em 2022, quando a taxa permaneceu estável em 11,1%.
A questão sazonal, que fica mitigada com a comparação de períodos semelhantes de anos anteriores, é crucial para entender o desempenho dos indicadores e fazer previsões precisas. Esse tipo de análise ajuda nas decisões estratégicas, otimiza recursos e melhora as condições de planejamento.
José Carlos de Souza Filho, professor da FIA Business School
Matéria: UOL Economia