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Especialista analisa caso de Bia Napolitano com o filho e alerta: ‘Impactos são profundos’


Em entrevista à CARAS Brasil, especialista em bebês e amamentação analisa o caso de Bia Napolitano e aponta caminhos para superar os desafios

A influenciadora Bia Napolitano revelou nas redes sociais o difícil processo de desmame de seu filho, Domenico, hoje com oito meses. Internada no final da gestação por conta de uma infecção, ela precisou passar por uma cesárea de emergência. Após o nascimento, o quadro de saúde exigiu mais tempo de internação, o que a impossibilitou de ficar em alojamento conjunto com o recém-nascido.

Mas como esse afastamento precoce pode afetar mãe e filho? Em entrevista à CARAS Brasil, a fisioterapeuta Alessandra Paula, especialista em aleitamento materno e cuidados com recém-nascidos, avaliou os impactos dessa experiência vivida por Bia no início da maternidade.

A separação imediata após o parto pode afetar a amamentação?

Segundo a especialista, a separação entre mãe e bebê nos primeiros momentos de vida pode afetar profundamente o início da amamentação e o vínculo entre ambos.

“O nascimento de um bebê é, sem dúvidas, um dos momentos mais transformadores da vida. No entanto, nem sempre tudo ocorre como planejado. Intercorrências clínicas, tanto com a mãe quanto com o recém-nascido, podem levar à necessidade de separação imediata após o parto. E, embora muitas vezes essa decisão seja necessária para preservar a vida ou a saúde de um dos dois, os impactos emocionais e fisiológicos desse afastamento são profundos, especialmente na criação do vínculo e no início da amamentação”, afirma Alessandra.

A especialista destaca que o contato imediato entre mãe e bebê é essencial para o desenvolvimento emocional e fisiológico.

“O contato pele a pele nas primeiras horas de vida é muito mais do que um gesto de carinho. Estudos comprovam que ele ativa hormônios importantes tanto na mãe quanto no bebê. A ocitocina, conhecida como “hormônio do amor”, é liberada intensamente nesse momento, favorecendo o vínculo afetivo, o reconhecimento entre mãe e filho e o início da amamentação”, explica.

Quando mãe e filho são afastados logo após o nascimento, os efeitos podem ser intensos: “Quando mãe e bebê são separados precocemente, esse processo natural é interrompido. A produção de leite pode ser retardada ou reduzida, o bebê pode apresentar maior dificuldade na pega e sucção, e ambos podem vivenciar estresse, ansiedade e até maior risco de depressão pós-parto no caso materno”, alerta Alessandra.

E como isso afeta o bebê?

A falta de contato físico também traz riscos à saúde do recém-nascido: “Além disso, o bebê privado do contato pele a pele tem maior dificuldade na regulação da temperatura, da frequência cardíaca e da respiração, além de apresentar níveis mais elevados de cortisol, o hormônio do estresse”, completa.

Casos como o de Bia são mais comuns do que se imagina. A separação às vezes é a única opção diante de complicações médicas.

“Em alguns casos, como o de Bia, a separação é necessária, seja por internações em UTI neonatal, ou necessidade de cuidados intensivos maternos, complicações cirúrgicas ou respiratórias, entre outras situações clínicas”, afirma.

É possível proteger o vínculo mesmo à distância?

Mesmo nesses cenários, existem estratégias para preservar o vínculo e incentivar a amamentação: “Nessas circunstâncias, é fundamental minimizar os impactos desse afastamento com estratégias que protejam o vínculo e apoiem a amamentação, mesmo à distância. Assim que mãe e bebê estiverem clinicamente estáveis, deve-se priorizar o contato pele a pele, a livre demanda e o colo”, orienta Alessandra.

A especialista também explica como manter a produção de leite em casos de separação: “Se o bebê não puder mamar diretamente, a mãe deve ser orientada a iniciar a ordenha (manual ou com bomba) idealmente nas primeiras horas após o parto e mantê-la a cada 2-3 horas, inclusive à noite. Isso mantém o estímulo para produção de leite”, diz.

“Sempre que possível, garantir que o bebê receba leite materno ordenhado, seja via sonda, copinho ou outro método alternativo, até que possa ir ao seio”, completa.

Como os hospitais podem apoiar esses casos?

Alessandra lembra que muitos hospitais já adotam práticas mais humanizadas e respeitosas: “Cada vez mais, os serviços de neonatologia vêm reconhecendo a importância da presença dos pais, permitindo toque, voz e, quando possível, método canguru”, aponta.

O suporte durante essa fase é crucial para a saúde emocional da mulher: “Oferecer suporte à mãe durante esse período de vulnerabilidade é essencial para ajudá-la a lidar com a frustração, o medo e a insegurança, e para fortalecer sua confiança na amamentação e no vínculo com o bebê”, afirma.

O acompanhamento deve continuar mesmo após o retorno para casa: “É fundamental que os profissionais de saúde estejam preparados para orientar, acolher e apoiar essas famílias, tanto no hospital quanto na continuidade do cuidado após a alta“, pontua Alessandra.

Amamentar depois da separação ainda é possível?

Mesmo com todos os desafios, a especialista garante que a amamentação pode ser retomada com sucesso.

“Mesmo em situações adversas, como uma infecção que exige internação materna, a amamentação não precisa ser encerrada ou fracassar. Com informação, apoio e estratégias corretas, é possível manter a produção de leite, proteger o vínculo e, na maioria dos casos, retomar plenamente a amamentação assim que mãe e bebê estejam juntos novamente”, destaca.

Buscar ajuda especializada é um passo fundamental: “E se, mesmo com todos os esforços, houver sinais de baixa produção de leite, dificuldade na pega ou inseguranças no processo, é fundamental procurar o apoio de uma especialista em amamentação. Ela pode avaliar a situação de forma personalizada, propor estratégias adequadas e ajudar a restabelecer a confiança da mãe no seu corpo e no aleitamento, fortalecendo esse vínculo tão essencial”, conclui Alessandra.

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