Ex-secretário nega subnotificação de mortes de yanomamis na gestão Bolsonaro e exige provas
Ex-secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde no governo Jair Bolsonaro, Raphael Parente diz que a gestão Lula usa a tese de subnotificação de mortes de yanomamis na administração anterior como “cortina de fumaça para mascarar sua incompetência”.
“Óbito é algo binário, ou a pessoa está morta ou viva. Em tese seria possível até subnotificar a causa, mas a morte em si não tem como. Vai ressuscitar a pessoa, dizer que não morreu? Isso não existe”, afirma.
A suposta subnotificação das mortes de yanomamis na gestão Bolsonaro é o principal argumento da atual gestão da Saúde, comandada pela ministra Nísia Trindade, para justificar o aumento no número de óbitos em 2023. Foram 363, contra 343 em 2022, último ano do governo anterior.
“Se eles estão alegando que a gente subnotificou, eles que têm que provar. E a mídia tem que cobrar as provas, não aceitar essa afirmação passivamente”, diz Parente, que ocupou o cargo de secretário de junho de 2020 até o final do governo Bolsonaro, trabalhando com os ministros Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga.
Para Parente, falar em subnotificação é uma maneira de mascarar a falta de ações efetivas do atual governo para resolver a crise dos yanomamis. “O atual governo fez um teatro e não conseguiu melhorar a situação. O problema é complexo, não estou dizendo que seja algo fácil de solucionar. Mas não é com bravata que se vai fazer”, afirma.
O ex-secretário também critica a atual gestão pela epidemia de dengue. “O Ministério da Saúde está confiando totalmente nessa vacina do Butantan, que ainda é uma promessa e não vai ficar pronta para 2024 e talvez nem 2025. Enrolaram, não compraram vacinas importadas, não fizeram incorporação tecnológica. E agora é tarde”, afirma.
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Folha de São Paulo