Política

Governo Lula e empreiteiras se reunirão em Brasília em evento com demanda por investimentos

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, são algumas das autoridades confirmadas e esperadas em um evento que reunirá em Brasília, na terça-feira (13), representantes de grandes empreiteiras e membros do governo Lula.

Integrantes de ministérios como o da Defesa, do Desenvolvimento Regional e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços participarão da cerimônia promovida pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon), que celebrará os 65 anos de sua fundação.

Entre os patrocinadores do evento planejado para mais de 200 pessoas estão a empreiteira Andrade Gutierrez e a OEC (Odebrecht Engenharia e Construção), construtora da Novonor, a antiga Odebrecht.

Rui é esperado por ser o coordenador do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) —e, assim como os seus demais colegas de governo, deve ouvir algumas demandas.

A avaliação do Sinicon é a de que o governo Lula compreende a importância do setor e liderou investimentos importantes após quase dez anos de queda, mas que eles são insuficientes e não habilitam a construção pesada e a infraestrutura para um salto de qualidade na próxima década.

O presidente do sindicato, Claudio Medeiros, prepara para o evento um discurso em que afirmará que um país do tamanho do Brasil não pode investir menos de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) na área, como ocorre atualmente.

Nas palavras do presidente do Sinicon, a construção pesada e a infraestrutura são “emprego na veia”, uma vez que movimentam cerca de 70 setores da economia, e por isso deveriam receber mais atenção.

“Estudos mostram que nossa infraestrutura de transportes, por exemplo, tem recebido investimentos abaixo do necessário há pelo menos 24 anos, registrando média de 0,30% em relação ao PIB nominal”, diz Medeiros.

Como mostrou a Folha, a Operação Lava Jato provocou mudanças significativas no setor de infraestrutura e construção pesada no Brasil. Seus efeitos persistem até hoje, enquanto as grandes empresas voltam à arena pública após assumirem responsabilidade em esquemas de corrupção.

O retorno às obras públicas é considerado crucial para a sobrevivência do setor, avaliam especialistas, uma vez que as empreiteiras têm operado no prejuízo e muitas pediram recuperação judicial (caso de Odebrecht, UTC e OAS) ou entraram em processo de falência, como a Coesa, braço da OAS, que depois teve a falência revertida pela Justiça.

com BIANKA VIEIRA (interina), KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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Folha de São Paulo

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