Juros altos e ajuda tímida complicam retomada de empresas no RS
Uma preocupação é com a competitividade dessas empresas. As dificuldades logísticas causadas pela enchente ainda levarão tempo para serem solucionadas. Esses entraves devem dificultar a competição dos produtos da região no mercado.
Há empresas sem previsão de retorno
Parte relevante dos empreendedores da indústria ainda não sabe o que fazer com seu negócio. Uma pesquisa realizada pela Fiergs entre 23 de maio e 10 de junho mostrou que 64,2% das empresas que responderam pretendiam permanecer no mesmo local. Porém, 20,1% disseram que ainda não sabiam o que fazer com o negócio.
Chamou muito a atenção o grupo dos que disseram que não decidiram o que fazer. Se vão investir de novo, se vão desistir, se vão trocar de local. Talvez essa retomada no curtíssimo prazo aconteça, mas recuperar tudo o que se perdeu nessa catástrofe ainda vai levar um bom tempo.
Giovani Baggio, economista-chefe da Fiergs
Parte significativa disse que só retomaria atividades após seis meses ou não tinham previsão de retorno. Dentre as empresas respondentes, 33% previam retomar as atividades em até uma semana. Porém, 4,3% previam uma retomada somente no prazo entre seis meses e um ano, 2,6% previam retomar as atividades em mais de um ano e 7% disseram que não tinham previsão de retorno.
Juros dificultam o acesso ao crédito
Uma das principais necessidades das empresas afetadas pela enchente é acesso a crédito. O governo federal anunciou R$ 15 bilhões em crédito para empresas do estado. Duas das três linhas de crédito anunciadas com esse montante têm taxas de 1% ao ano mais o spread bancário (diferença entre taxa de captação do dinheiro pelos bancos e a cobrada dos clientes).
Matéria: UOL Economia