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Lixão de Padre Bernardo: Estado determina novo embargo e exige plano para áreas contaminadas

meio ambiente

Lixão da empresa Ouro Verde funciona com amparo de liminar da Justiça há pelo menos cinco anos, apesar dos esforços para fechá-lo

Lixão de Padre Bernardo (Foto: Reprodução)

Lixão de Padre Bernardo (Foto: Reprodução)

Apesar da insistência da Justiça em garantir o funcionamento do lixão da empresa Ouro Verde em Padre Bernardo, que se sobrepôs às tentativas do Governo de Goiás de fechá-lo, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) determinou na quinta-feira (19) um novo embargo do empreendimento. A Semad entende que o desmoronamento de uma montanha de lixo e a contaminação do córrego Santa Bárbara (alfuente do rio do Sal) são fatos novos que justificam a medida.

O desmoronamento aconteceu na manhã de quarta. “Há pelo menos cinco anos, a Semad alerta para as flagrantes irregularidades no acondicionamento de resíduos sólidos no lixão, mas tanto o poder Judiciário estadual, quanto o federal ignoraram as considerações técnicas e deram liminares que permitiram ao Ouro Verde funcionar”, diz nota da secretaria.

Além do embargo, o Estado apreendeu cinco máquinas que estavam estacionadas no local e, embora não houvesse nenhum funcionário presente, conseguiu notificar a advogada da empresa a respeito da obrigação de providenciar, em dois dias úteis, um plano de recolhimento do material que se deslocou, uma investigação de passivo e de áreas contaminadas. Para que o embargo seja respeitado, a Semad pediu apoio do batalhão ambiental da Polícia Militar.

Gabinete de crise

Em paralelo, a secretaria instalou um gabinete de crise com a participação da Defesa Civil do Estado de Goiás, órgãos federais com o ICMBio, órgãos de saneamento do Distrito Federal e de Goiás, e da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás. Uma das primeiras ações do gabinete foi enviar agentes da Defesa Civil para os domicílios rurais que costumam utilizar a água e informá-los de que está contaminada. Também já foi enviado um SMS para os moradores de Padre Bernardo informando a respeito da situação.

Como a Semad informou mais cedo, análise preliminar realizada pelo Laboratório de Análises Químicas da pasta confirmou a contaminação de água superficial do córrego Santa Bárbara, atingido pelo desmoronamento.

A primeira análise realizada pela Semad, com um equipamento chamado sonda multiparamétrica, identificou grande alteração na condutividade da água, na salinidade e na presença de sólidos totais dissolvidos (TDS). A detecção desses sólidos totais é um forte indicativo da presença de metais pesados, que são característicos do chorume. De modo geral, alguns metais pesados comuns em chorume são mercúrio, chumbo e cádmio, por exemplo.

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