Lula apanha da oposição sobre impostos, e estratégia ganha eco no Congresso
Discurso repetido. No governo, há um receio de que, mesmo que não seja verdade, a imagem de taxação —algo extremamente impopular no Brasil— já tenha grudado na gestão. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o grupo vai repetir este argumento todos os dias até 2026. Ele mira em derrubar os índices de aprovação do governo e influenciar na intenção de voto para a próxima eleição a presidente.
Flávio avalia que a campanha da oposição vingou porque o fato é percebido no supermercado. Segundo ele, a aversão da população a aumento de impostos explica a receptividade aos memes sobre Haddad.
O senador Marcos Rogério (PL-RO) aponta que os memes traduzem a situação do país de forma simples. Ele argumenta que o cidadão não sabe o que significa CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), déficit primário e outros termos do economês, mas compreende um meme mostrando a gasolina a R$ 6.
Para o líder da oposição na Câmara, o deputado Filipe Barros (PL-PR), Lula não cumpriu a promessa de melhorar a qualidade de vida da população. O parlamentar afirmou, por exemplo, que a reforma tributária não previa isenção de impostos à carne e isto só surgiu após apresentação de uma emenda de seu partido.
Ele também lembrou a “taxação das blusinhas”. Barros declarou que a situação é consequência de aumento de despesas que exigem novas fontes de renda.
Até o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aliado do governo, começou a flertar com o discurso. Em meio às discussões sobre como bancar a desoneração da folha de pagamento, a Fazenda sugeriu o aumento da alíquota da CSLL —tributo que incide sobre o lucro das empresas. Pacheco alfinetou que “parece vontade de aumentar imposto e não de solucionar o problema”.
Matéria: UOL Economia