Lula em SC critica ausência de governador bolsonarista, que rebate: ‘Não colocou um centavo’
O presidente Lula (PT) criticou nesta sexta-feira (9) a ausência do governador Jorginho Mello (PL), aliado de Jair Bolsonaro (PL), no evento que inaugurou o contorno viário da grande Florianópolis.
A obra, que era para ser entregue em 2012, é considerada pelo governo como o maior projeto de infraestrutura rodoviária do país nos últimos anos.
“Esse governador perdeu a oportunidade de participar da inauguração da obra mais importante do estado. Se viesse, seria tratado com respeito. Lamentavelmente, tem gente que pensa pequeno, que age pequeno e não enxerga a necessidade do povo brasileiro”, disse Lula.
Jorginho Mello está no Espírito Santo, em reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Consud), e foi representado na agenda presidencial pela vice, Marilisa Boehm (PL). Ela foi vaiada pela militância local quando foi apresentada no evento.
Na manhã desta sexta, em vídeo publicado em suas redes sociais, o governador criticou a viagem da comitiva presidencial para celebrar a finalização de uma obra privada e que atrasou 12 anos.
“Isso não precisa de inauguração. Gostaria que o governo federal viesse inaugurar obras federais, inaugurar uma obra privada que ele não colocou um centavo, para mim não faz sentido”, disse Mello.
Com um custo de R$ 3,9 bilhões, as obras do contorno viário da grande Florianópolis começaram em 2012 com o objetivo de desafogar o trânsito na região metropolitana da capital catarinense.
Com 50 km de extensão, a obra inclui pistas duplas, quatro túneis duplos e seis acessos por trevos. O maior entrave para a sua finalização foram as desapropriações necessárias para a construção do trajeto, que chegaram a 1.100, segundo a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
No evento de inauguração do contorno, Lula também criticou Bolsonaro, ainda que sem citá-lo diretamente. “[As obras evoluíram porque] gosto de trabalhar e não gosto de jet ski, gosto de trabalhar e não gosto de motociata”, disse o presidente, ao citar práticas adotadas pelo seu antecessor durante o mandato.
Folha de São Paulo