Economia

Lula vai ter que escolher onde dói menos cortar

O grande nó da questão é que por definição, governos progressistas, como é o caso do governo petista, têm dificuldades de fazer ajustes nos gastos. Com essas resistências à agenda de revisão de gastos dentro do governo e no PT, o sucesso do plano de revisão de gastos da equipe econômica depende das escolhas que serão feitas pelo presidente Lula. Caberá a ele arbitrar entre as alas do governo contrárias e a favor e decidir onde irá doer menos promover as revisões.

Quais são as resistências?

Sempre que o debate da revisão de gastos ganha corpo, começam as reações contrárias. Nesta segunda-feira (17), por exemplo, Lula fez um gesto importante de apoio à agenda de corte de gastos ao participar da reunião da JEO (Junta de Execução Orçamentária) entre os ministros da área econômica (Fernando Haddad, da Fazenda, Simone Tebet, do Planejamento e Esther Dweck, da Gestão) e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

A equipe econômica saiu otimista da reunião, com o aval do presidente Lula a seguir com a agenda. Apesar de ser um avanço, Lula sinalizou disposição de analisar melhor e revisar gastos como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), o Proagro (seguro rural), o seguro-defeso e o seguro-desemprego.

A reação do PT foi quase imediata. No início da tarde, o partido divulgou uma nota da Executiva Nacional reafirmando o compromisso do partido: “com a manutenção dos pisos constitucionais da Saúde e da Educação, da política de aumento real do salário-mínimo e sua vinculação às aposentadorias e benefícios da Previdência e Assistência Social”.

A mudança na vinculação dos pisos da Saúde e da Educação, assim como a desvinculação dos benefícios da Previdência e da Assistência Social do salário mínimo são algumas das possibilidades de revisão que vêm sendo discutidas. A tendência é que as mudanças que geram mais resistências fiquem para depois.

Matéria: UOL Economia

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