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Março foi o segundo mês mais quente da história

Com a média de 14,06°C, março de 2025 foi apenas 0,08°C mais frio que o recorde registrado no mesmo mês do ano passado, destacou o programa europeu de observação climática Copernicus. As temperaturas permaneceram em níveis historicamente elevados, prolongando uma onda planetária de calor de quase dois anos. 

  • Os dois episódios anteriores ocorreram durante um momento intenso do fenômeno El Niño, enquanto 2025 registra o fenômeno La Niña, a fase oposta do ciclo, sinônimo de uma influência de resfriamento. Na Europa, foi o mês de março mais quente já registrado, segundo o boletim mensal do observatório climático.

No conjunto do planeta, este foi o segundo março mais quente nos registros do Copernicus, o que confirma uma sequência mensal de calor recorde ou quase recorde iniciada em julho de 2023. Desde então, cada mês foi pelo menos 1,5ºC mais quente do que a média antes da revolução industrial, quando a humanidade começou a queimar carvão, petróleo e gás em larga escala.

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A temperatura de março ficou 1,6ºC acima da era pré-industrial, prolongando um clima tão extremo que os cientistas ainda tentam encontrar uma explicação. “Que ainda estejamos 1,6ºC acima da era pré-industrial é realmente notável”, afirmou Friederike Otto, especialista do Instituto Grantham de Mudança Climática do Imperial College de Londres à agência France-Presse. “Estamos firmemente nas mãos da mudança climática provocada pelos humanos”. Os especialistas alertam que cada fração de grau de aquecimento global aumenta a intensidade e frequência de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, chuvas fortes e secas.

O programa Copernicus utiliza bilhões de medições de satélites, navios, aviões e estações climáticas para fazer seus cálculos. Os primeiros registros datam de 1940, mas outras fontes de informação climática permitem aos cientistas ampliar as conclusões com o uso de evidências muito anteriores. 

Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), o mundo está a caminho de superar de forma duradoura o limite de 1,5°C no início da década de 2030. Ou até mesmo antes, segundo estudos recentes. Alguns cientistas já alertaram que o período atual pode ser o mais quente na Terra nos últimos 125 mil anos.

Correio Braziliense

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