Médica alerta risco para bebê prematura de Bia Miranda: ‘Dificuldade para manter’

A filha da influenciadora Bia Miranda nasceu prematura e médica analisa riscos para a bebê, que foi levada para a UTI
Bia Miranda enfrentou um momento delicado nesta semana. A influenciadora, que é mãe de Kaleb, de apenas 10 meses, deu à luz sua segunda filha, Maysha, no oitavo mês de gestação. O parto prematuro exigiu que a recém-nascida fosse levada diretamente para a UTI neonatal. Mas afinal, quais são os riscos em uma situação como essa?
Para esclarecer os possíveis impactos tanto para o bebê quanto para a mãe, a ginecologista Dra. Ana Paula Mondragón conversou com a CARAS Brasil e detalhou o cenário.
Quais os riscos para um bebê prematuro no oitavo mês?
De acordo com a médica, Maysha é considerada uma prematura tardia. Isso significa que, embora o bebê esteja completamente formado, ainda não está totalmente pronto para enfrentar o mundo fora do útero.
“O bebê só é considerado de termo após as 37 semanas. Antes disso, é considerado prematuro e, quando falamos especificamente no 8º mês, recebe o nome de prematuro tardio. Trata-se de um bebê completamente formado, porém, ainda imaturo, mesmo que ele pareça bem ao nascer.”
Entre os riscos mais comuns, estão:
- Dificuldade respiratória: ‘As complicações e riscos mais frequentes estão associados a essa imaturidade, sendo a mais frequente o desconforto respiratório (dificuldade de respirar), fazendo com que o bebê necessite de suporte ventilatório realizado sempre em UTI.’
- Baixo peso e hipoglicemia: ‘Baixo peso ao nascer aumenta os riscos de hipoglicemia (redução do açúcar no sangue), sendo necessário o uso de soro na veia. Estes bebês, em sua maioria, têm dificuldade para mamar adequadamente e, em muitos casos, são necessárias sondas para alimentação.’
- Instabilidade térmica: ‘Bebês muito pequenos apresentam dificuldade para manter a temperatura corporal e rapidamente perdem calor, evoluindo para um quadro de hipotermia. Por isso, se faz necessário o uso de berços aquecidos.’
- Icterícia: ‘A imaturidade do trato gastrointestinal, em específico o fígado, aumenta a chance de icterícia, fazendo com que seja frequente a necessidade de banhos de luz.’
Por que tantos bebês prematuros são intubados?
A resposta está na fisiologia: pulmões ainda imaturos e baixa produção de surfactante, substância essencial para o bom funcionamento do sistema respiratório.
“Porque seus pulmões ainda são imaturos e produzem pouco surfactante, substância importante para o amadurecimento e funcionamento dos pulmões. Vale lembrar também que o sistema nervoso responsável pelo controle da respiração também é imaturo, o que leva a quadros de apneia (pausas respiratórias). Nestes casos, a intubação permite, além de oferecer oxigênio, a administração de surfactante”, diz a médica.
Como a separação impacta emocionalmente a mãe?
Enquanto Maysha segue na UTI, Bia Miranda enfrenta outro desafio: a dor da separação. A médica explica que esse momento é especialmente sensível e pode impactar o vínculo entre mãe e filha.
“O impacto para a mãe é devastador e emocionalmente desafiador. Um misto de sentimentos toma conta das mães de UTI: tristeza, culpa, sensação de impotência e ansiedade são os mais frequentes. Sabe-se que esta separação pode interferir na formação do vínculo mãe-bebê, podendo assim impactar na amamentação.”
Para tentar minimizar esses efeitos, muitas maternidades têm adotado práticas como o método canguru, incentivando o contato pele a pele com os pais mesmo durante a internação.
“As orientações médicas são a de manter o vínculo através de visitas frequentes, estimular a produção de leite com a extração manual ou uso de bombas, conversar sempre com a equipe médica para atualizações do caso e retirada de dúvidas, cuidar da própria saúde física e mental”, conclui.
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