Médico explica impacto de câncer na saúde mental de Simony: ‘Divisor de águas’

Na última quarta-feira (30), Simony usou suas redes sociais para fazer um relato sobre os desafios do processo de remissão do câncer de intestino
Na última quarta-feira (30), Simony (48) surpreendeu seus fãs nas redes sociais ao publicar um relato sobre o processo de remissão de seu câncer no intestino. Diagnosticada com o tumor desde 2022, a artista falou sobre os desafios deste momento, além de admitir que sua cicatriz “lembra a vitória” de sua batalha ao longo desses anos.
Em entrevista à CARAS Brasil, Dr. José Fernandes Vilas fala sobre o relato de Simony, além de analisar a saúde mental da artista ao longo de sua luta contra o câncer: “O tratamento oncológico não atinge apenas o corpo — ele desafia profundamente a estrutura emocional do paciente. Quimioterapia, cirurgias, mudanças na aparência e incertezas quanto ao futuro frequentemente desencadeiam quadros de ansiedade, depressão, distúrbios do sono e exaustão emocional“.
“A remissão é, sem dúvida, um divisor de águas emocional. Para muitos pacientes, representa a reconquista da vida e da identidade — mas também pode vir acompanhada de medo da recidiva e insegurança sobre o futuro. No entanto, a esperança real, sustentada por bons desfechos clínicos, tem efeito direto sobre o cérebro“, destaca.
“Pesquisas em neurociência mostram que essa percepção ativa o sistema de recompensa cerebral, promovendo a liberação de dopamina e serotonina, neurotransmissores que contribuem para o bem-estar emocional e até para o equilíbrio imunológico. Em resumo: esperança, quando sustentada por informação e suporte, é terapêutica“, acrescenta.
Além disso, o psiquiatra diz que o avanço nos tratamentos oncológicos tem permitido não apenas aumentar as taxas de remissão, mas também preservar a saúde emocional e a dignidade do paciente ao longo da jornada. “Protocolos modernos — como imunoterapia, terapias-alvo, medicina de precisão e o cuidado integrativo — reduzem efeitos colaterais e trazem mais humanidade ao processo. Além disso, equipes multidisciplinares com médicos, nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais oferecem suporte completo, respeitando a história única de cada paciente. E isso faz toda a diferença. O corpo responde melhor quando a mente também é acolhida“, afirma.
Em seu relato, Simony destacou que sua cicatriz não lembra a dor, mas a vitória dessa caminhada ao longo de dois anos. À CARAS Brasil, o especialista aponta que o entendimento da artista é fundamental para sua recuperação mental e física. “O que Simony disse é uma das formas mais poderosas de ressignificar a dor: transformar a cicatriz em símbolo de renascimento, não de trauma. Muitos pacientes se beneficiam ao enxergar a cicatriz como um marco de superação, não como uma lembrança da doença“, explica.
“A psicologia positiva, por exemplo, trabalha essa reconstrução da narrativa pessoal. Quando o paciente entende que sua trajetória não apagou sua essência, mas a fortaleceu, ele passa a integrar o que viveu com orgulho e não com vergonha. A cicatriz não é uma ferida aberta. É uma medalha interna. E cada uma delas carrega a história de alguém que escolheu viver, apesar de tudo“, finaliza.
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