Mercado de trabalho estimula consumo e puxa avanço do PIB
Mercado de trabalho aquecido explica melhora dos indicadores de consumo. A queda do desemprego e o aumento de vagas com carteira assinada no início de 2024 são vistas como determinantes para a evolução dos indicadores relacionados à demanda. No primeiro trimestre, a taxa de desocupação atingiu o menor nível dos últimos 10 anos. Ao mesmo tempo, foram abertos 720 mil posto formais de trabalho no período.
A questão dos empregos em alta ou desemprego em baixa ajuda bastante o consumo das famílias. O setor de serviços está em posição muito favorável, mas existem dúvidas sobre a continuidade do processo de redução da taxa básica de juros, interferindo em todas as outras taxas da economia.
Gilberto Braga, professor de economia do Ibmec RJ
IBGE também identifica evolução recorde da massa de rendimento salarial. A última divulgação da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) aponta que o salário médio dos brasileiros aumentou 4,7%, para R$ 3.151. Com a oscilação, a soma dos rendimentos nacionais alcançou R$ 313,1 bilhões, o maior valor da série histórica.
Liberação de precatórios e auxílios também contribuem. Outros fatores citados pelos especialistas como determinantes para o crescimento do consumo envolvem a antecipação do pagamento de R$ 30 bilhões em precatórios, o aumento do salário mínimo acima da inflação e a ampliação do número de beneficiários dos auxílios governamentais.
O aumento dos programas de transferências de renda elevam o poder de consumo, como foi observado, e reflete diretamente no comércio. Já o reajuste do salário mínimo acima da inflação traz um impacto também positivo, porque você pega um grupo de aposentados ou de pensionistas que não estão necessariamente no mercado de trabalho, mas que também consomem.
Alex Nery, professor da FIA Business School
Indústria ainda patina
Dados do IBGE revelam que o setor industrial sofre para crescer. Diferentemente da situação dos serviços, os números do PIB mostram uma situação ainda adversa para o segmento industrial. No primeiro trimestre, o ramo recuou 0,1% ante os últimos três meses do ano passado.
Matéria: UOL Economia