Milei e Paraguai ‘substituem’ Bolsonaro na defesa de Israel na ONU
No caso do Paraguai, o alinhamento do presidente Santiago Peña acontece depois do início das negociações para a abertura do mercado dos EUA para a carne do país e do projeto de fortalecer a hidrovia com a Argentina de Milei.
No total, quatro resoluções foram votadas na sexta-feira no Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a situação palestina. Sob Lula, o Brasil rompeu com o posicionamento de Bolsonaro e apoiou a causa palestina. Em duas das quatro resoluções, o Itamaraty até mesmo passou a patrocinar os textos que denunciavam a ação de colonos israelenses e que defendia a autodeterminação do povo palestino.
Mas, durante o debate, a defesa vocal aos israelenses foi feita pela Argentina. Já o Paraguai se alinhou aos EUA e votou contra todas as resoluções que poderiam afetar os israelenses.
Num resolução que pedia que Israel fosse responsabilizado por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, por exemplo, o governo Milei saiu ao apoio de Benjamin Netanyahu. Apenas seis governos adotaram tal postura. A resolução foi aprovada com 28 apoios, entre eles o do Brasil e do Chile.
A delegação argentina usou um argumento que fazia eco às falas das autoridades israelenses, de que o foco da atenção internacional deveria ser o Hamas. O Paraguai também votou ao lado dos israelenses.
Em uma outra resolução que tradicionalmente é aprovada na ONU a cada ano e que fala do direito dos palestinos à autodeterminação, a Argentina optou pela abstenção e não apoiou o projeto. Neste caso, a resolução foi patrocinada pelo Brasil.
Matéria: UOL Notícias