Morre Susan Wojcicki, ex-CEO do YouTube e uma das primeiras funcionárias do Google
Uma das primeiras funcionárias do Google e ex-presidente-executiva do YouTube, Susan Wojcicki morreu aos 56 anos.
Ela tratava um câncer no pulmão havia dois anos e sua morte foi anunciada pelo marido, Dennis Troper, em uma mensagem no Facebook.
“É com profunda tristeza que compartilho a notícia do falecimento de Susan Wojcicki”, disse. “Minha amada esposa de 26 anos e mãe de nossos cinco filhos nos deixou hoje após dois anos vivendo com câncer de pulmão de células não pequenas”, afirmou. Ele a chamou de “uma mente brilhante, uma mãe amorosa e uma querida amiga de muitos”.
Wojcicki se tornou uma das mulheres mais influentes do Vale do Silício, em um setor dominado por homens, ajudando a criar o formato de negócio de publicidade do Google.
Atual CEO da Alphabet, dono do Google, Sundar Pichai lamentou a notícia. “Incrivelmente triste”, postou na rede social X (antigo Twitter).
“Ela é tão fundamental para a história do Google quanto qualquer outra pessoa, e é difícil imaginar o mundo sem ela”, disse Pichai. “Ela foi uma pessoa incrível, líder e amiga que teve um impacto tremendo no mundo.”
Em uma nota aos funcionários do Google, Pichai ressaltou que Wojcicki “usou sua posição para construir um ambiente de trabalho melhor para todos”, por exemplo ao ser a primeira mulher no Google a tirar licença-maternidade. “Sua defesa em torno da licença-maternidade estabeleceu um novo padrão para empresas em todo o mundo”, escreveu.
GARAGEM DE WOJCICKI FOI O “BERÇO DO GOOGLE”
Nos primeiros dias do Google, seus fundadores Larry Page e Sergey Brin construíram o site de busca enquanto trabalhavam na garagem de Wojcicki em sua casa em Menlo Park. Em 1999, ela se tornou a 16ª funcionária da empresa.
Durante o período em que coordenou a área de publicidade da companhia, as receitas de anúncios saltaram de zero para mais de US$ 50 bilhões, em 2013.
Ela participou da aquisição do YouTube pelo Google por US$ 1,65 bilhão, em 2006. Oito anos depois, ela se tornou presidente-executiva do site de vídeos.
Quando ela deixou o cargo, em fevereiro do ano passado, o YouTube havia crescido para mais de 2,5 bilhões de usuários ativos mensais e quase US$ 30 bilhões em receitas anuais de anúncios.
“Susan foi uma pioneira na indústria, uma mãe exemplar e uma amiga querida”, comentou Marc Benioff, CEO da Salesforce.com, onde ela era membro do conselho.
Durante mais de 20 anos no Google, Wojcicki desempenhou “muitos papéis”, como ela mesma disse quando saiu —incluindo ajudar a criar o Google Image Search e a rede de publicidade AdSense antes de se tornar vice-presidente sênior de publicidade e comércio.
No YouTube, ela incentivou o desenvolvimento da “economia dos criadores”, enquanto também lidava com controvérsias sobre a moderação de conteúdo e o algoritmo de recomendação de vídeos.
Em um memorando interno anunciando sua saída no ano passado, ela recordou de sua trajetória.
Há 25 anos tomei a decisão de me juntar a alguns estudantes de pós-graduação de Stanford que estavam construindo um novo motor de busca… Eu vi o potencial do que eles estavam construindo, o que era incrivelmente emocionante, e embora a empresa tivesse apenas alguns usuários e nenhuma receita, decidi me juntar à equipe. Seria uma das melhores decisões da minha vida
Os detalhes sobre sua saúde não eram amplamente conhecidos. No mês passado, ela se juntou ao conselho de diretores da Planet Labs, uma empresa de imagens e dados de satélite.
Antes do Google, Wojcicki trabalhou na fabricante de chips Intel e como consultora de gestão. Sua mãe, Esther Wojcicki, é jornalista e seu pai, Stanley Wojcicki, um renomado professor de física de Stanford (EUA), morreu no ano passado.
Ela deixa também duas irmãs: Anne Wojcicki, cofundadora e diretora-executiva da empresa de biotecnologia 23andMe, e Janet Wojcicki, professora de pediatria na Universidade da Califórnia, em San Francisco.
Em fevereiro, Susan Wojcicki passou por uma tragédia familiar com a morte do filho Marco Troper, de 19 anos. Ele foi encontrado morto na Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde fazia o curso de letras e ciências.
Folha de São Paulo