Política

Oficiais de Justiça repudiam ‘divulgação sensacionalista’ de vídeo de intimação de Bolsonaro

O Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais e a Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil criticaram nesta quinta-feira (24) a “divulgação sensacionalista” do vídeo em que uma servidora intima o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no quarto de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em que está internado em Brasília.

A gravação foi divulgada por Bolsonaro nas redes sociais na noite de quarta-feira (23). A oficial de Justiça chegou ao hospital por volta de 10h30 e só conseguiu entregar a documentação para o ex-presidente pouco mais de duas horas depois.

No vídeo, Bolsonaro grita com auxiliares, desafia o ministro Alexandre de Moraes a debater sobre o processo da trama golpista e compara a intimação no hospital com decisões dos “tribunais de Hitler”.

A nota conjunta divulgada pelas associações defende que a oficial da Justiça cumpriu seu dever constitucional e funcional ao realizar a intimação de Bolsonaro após receber ordem de Moraes.

“Entendemos que decisões judiciais podem causar desconforto ou insatisfação às partes envolvidas, o que é natural no curso de processos judiciais. Contudo, a manifestação da inconformidade deve ocorrer por meio dos instrumentos legais disponíveis, e não através de práticas que atentam contra a dignidade dos agentes públicos no cumprimento de seu dever”, diz a nota.

Os grupos representativos dos oficiais de Justiça ainda dizem que repudiam “de forma veemente a filmagem indevida e não autorizada e a divulgação sensacionalista e não consentida da atuação da Oficiala de Justiça, conduta que não apenas viola sua intimidade e honra funcional, como também busca distorcer os fatos e comprometer sua imagem perante a sociedade”.

“Ressaltamos que tal prática tem se tornado recorrente por parte de algumas autoridades públicas e representantes, configurando abuso que ultrapassa os limites do direito de crítica ou manifestação, ferindo a integridade dos profissionais da Justiça que atuam com isenção e em estrita obediência às determinações judiciais”.

Jair Bolsonaro está internado desde 11 de abril, após sentir fortes dores na região na barriga. Ele foi submetido a cirurgia no intestino no último dia 13 e segue na UTI, sem previsão de alta.

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Folha de São Paulo

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