Painel solar vira cerca na Europa, oferta pode unir duas ‘junior oils’ da Bolsa e o que importa no mercado
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Painéis viraram cerca
Comumente vistos nos telhados, os painéis solares estão sendo usados também para construir cercas de jardim em países da Europa.
Esse é o exemplo mais recente da superoferta desses equipamentos, cujo fornecimento atingirá 1.100 gigawatts até o final deste ano. O montante representa três vezes a previsão atual de demanda, estima a Agência Internacional de Energia.
Por que os painéis viraram cerca?
- Eles estão muito baratos. A fabricação em massa chinesa fez o preço dos equipamentos cair para 11 centavos de dólar/watt no final de março, metade do preço em relação ao ano passado.
- A mão de obra para instalação é cara. Os donos das casas, então, estão colocando os painéis como cerca, mesmo que eles capturem menos luz que nos telhados.
↳ A instalação é no estilo “faça você mesmo”, com kits que vêm com instruções –a energia gerada, porém, não dá conta de abastecer a casa inteira.
Os preços devem cair ainda mais, mas isso não é motivo de comemoração entre todos os agentes do setor.
Os fabricantes de painéis na Europa e nos EUA pedem que os governos locais ou subsidiem a produção interna ou coloquem uma taxa adicional sobre os equipamentos que vêm da China, argumentando que os atuais preços inviabilizam o investimento.
- Pequim vem ampliando os incentivos à indústria num plano para que os painéis solares, os carros elétricos e as baterias de lítio substituam o “trio antigo” de roupas, móveis e eletrodomésticos.
E aqui? O preço das placas solares caiu mais de 50% no ano passado, e a fonte de energia –a segunda maior da matriz brasileira– virou uma alternativa para pequenos negócios e até domicílios.
Proposta de fusão entre ‘junior oils’ da Bolsa
A empresa de petróleo Enauta (ex-Queiroz Galvão Exploração e Produção) propôs uma fusão com a concorrente 3R Petroleum, em meio a um movimento global de consolidação no setor.
A proposta da Enauta: troca de ações entre as duas empresas. A nova companhia seria composta de 53% de acionistas da 3R e 47% da Enauta.
- A oferta afirma que ela embute um prêmio de 12% sobre o valor de mercado da 3R no valor de fechamento de segunda (1º).
- O valor de mercado combinado das duas companhias seria de cerca de R$ 15,65 bilhões, no que seria a terceira maior do setor na Bolsa –atrás de Petrobras e Prio (ex-PetroRio).
A reação do mercado: os acionistas de Enauta não gostaram da proposta, derrubando em 11% o preço da ação da petroleira. A ação da 3R chegou a saltar 7%, mas fechou com avanço tímido, de 0,73%.
A estratégia da operação: a ideia é criar uma empresa que seja mais relevante no mercado ao ponto de se financiar com taxas menores às praticadas hoje e aproveitar sinergias entre as operações.
Na proposta, a Enauta afirma que a produção potencial das duas supera 100 mil barris de óleo com oportunidade de crescimento composto nos próximos 5 anos, e as reservas operadas seriam superiores a 770 milhões de barris.
- Para referência, a Petrobras produz 2,93 milhões de barris por dia, e a Prio, 100 mil.
A consolidação do setor: Enauta e 3R são duas das chamadas “junior oils”, empresas de menor porte que se fortaleceram a partir da compra de ativos da Petrobras nos dois últimos governos.
↳ Lá fora, duas aquisições de mais de US$ 50 bilhões cada foram anunciadas no ano passado. Elas mostraram que o setor está otimista com a demanda por petróleo no futuro, mesmo diante de pressões de organizações e governos pela transição energética.
Bilionária mais jovem é brasileira
O tradicional ranking anual de bilionários da Forbes foi divulgado nesta terça com um número recorde de pessoas com um patrimônio superior a nove dígitos: 2.781 no mundo, que somam uma fortuna de US$ 231 bilhões em patrimônio líquido.
A lista encabeçada por Bernard Arnault (LVMH), Jeff Bezos (Amazon) e Elon Musk (Tesla) trouxe uma novidade.
A bilionária mais jovem do mundo é uma brasileira, segundo os critérios da revista, que consideram principalmente a participação acionária em empresas listadas na Bolsa.
↳ Livia Voigt, 19, tem um patrimônio de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,5 bilhões) e é neta de Werner Ricardo Voigt, um dos fundadores da Weg (ao lado de Eggon João da Silva e Geraldo Werninghaus –os três já falecidos).
- Sediada em Jaraguá do Sul (SC), a fabricante de motores elétricos e geradores é a sexta maior companhia da Bolsa brasileira, com R$ 159,4 bilhões em valor de mercado.
- A empresa é controlada indiretamente pelas três famílias, e os herdeiros –que somam dezenas de bilionários– possuem uma fatia adicional combinada de 14,5% de participação direta.
Os 5 maiores bilionários…
↳ Do mundo:
- Bernard Arnault (LVMH) – US$ 226,6 bilhões
- Jeff Bezos (Amazon) – US$ 198,4 bilhões
- Elon Musk (Tesla) – US$ 195,3 bilhões
- Mark Zuckerberg (Meta) – US$ 177 bilhões
- Larry Ellison (Oracle) – US$ 141 bilhões
↳ Do Brasil:
- Eduardo Saverin (cofundador do Facebook) – US$ 28 bilhões
- Vicky Safra (Banco Safra) – US$ 20,6 bilhões
- Jorge Paulo Lemann (3G Capital) – US$ 16,4 bilhões
- Marcel Herrmann Telles (3G Capital) – US$ 10,9 bilhões
- Carlos Alberto Sicupira (3G Capital) – US$ 8,9 bilhões
Folha de São Paulo