Pânico da ‘Black Monday’ arrefece: Bolsa brasileira sobe e dólar recua
A Selic pode até aumentar, se o Comitê julgar adequado. “A ata da reunião do Copom de julho trouxe uma mensagem dura, indicando que o Banco Central está disposto a elevar a taxa de juros caso seja necessário”, diz Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo.
Para o mercado, essa decisão é certa, apesar dos juros não colaborarem com a Bolsa. Juros maiores afastam os investidores do mercado de ações e os levam para renda fixa. Mas o mercado julga que inflação descontrolada é pior.
O juros podem até ajudar o dólar a cair. É o que diz o Itaú, em relatório sobre a ata. “Como acreditamos que o real se fortalecerá nas próximas semanas, à medida que os mercados globais se acalmarem, mantemos, por enquanto, a previsão de que a Selic permanecerá em 10,50% ao ano”, publicou o banco. “Se o câmbio não reagir, um ciclo de alta, começando em setembro, será inevitável”, diz o documento.
E por que não há temor de recessão aqui, se os juros estão altos?
Mesmo com juros em dois dígitos desde fevereiro de 2022, a economia brasileira está acelerando. “São momentos diferentes, o brasileiro e o americano. A gente já começou um ciclo de cortes, em setembro do ano passado e houve uma pausa agora por conta do aumento do risco fiscal”, diz Breno Bonani, analista da Alphamar Invest, de Vitória.
Aqui a economia real está crescendo. A atividade da indústria, por exemplo, cresceu 4,1% de maio para junho após dois meses seguidos de queda. O dado, divulgado na sexta-feira (2), deve impulsionar o PIB trimestral.
Matéria: UOL Economia