Economia

Para evitar puxadinhos, Salão do Automóvel de São Paulo terá estandes padronizados

O Salão do Automóvel de São Paulo retorna em novembro a seu lugar mais tradicional, o Distrito Anhembi, antes conhecido como Pavilhão de Exposições do Anhembi. Após uma extensa reforma, o espaço localizado na zona norte está bem diferente do encontrado pelo público em 2014, último ano em que sediou o evento.

As mudanças não envolvem apenas o local, mas também o formato da mostra. Os estandes serão padronizados, o que deve resolver um antigo problema.

Antes, as montadoras expandiam seus domínios com puxadinhos, o que gerava uma disputa territorial dentro daquele espaço confinado. Eram casos como o da Fiat, que em algumas edições exibiu modelos da Alfa Romeo, embora a marca já estivesse fora do mercado nacional.

A padronização serve também para equilibrar as forças diante de novos concorrentes. As marcas chinesas investem pesado em eventos desse tipo, algo confirmado pela grandiosidade dos salões de Pequim e de Xangai, que crescem enquanto eventos europeus e americanos encolhem.

Se a altura e o metro quadrado fossem liberados, marcas como a BYD, que já confirmou presença, poderiam ter estandes bem mais vultosos que o de montadoras ocidentais e japonesas.

Segundo os organizadores, a edição 2025 do Salão do Automóvel de São Paulo, que será realizada entre os dias 22 e 30 de novembro, vai ocupar 67 mil m² divididos em cinco pavilhões no Distrito Anhembi.

O objetivo é oferecer experiências imersivas aos visitantes, sempre relacionadas ao tema do evento: “Reimagine, Reescreva, Reviva”.

Os carros eletrificados devem ser as principais atrações dos expositores, com destaque para modelos com tecnologia híbrida flex (capazes de rodar com eletricidade, etanol ou gasolina).

Por enquanto, há 16 marcas confirmadas: Citroën, Fiat, Honda, Hyundai, Jeep, Mitsubishi, Peugeot, RAM, Renault, Toyota, Lexus, BYD, Denza (divisão de luxo da BYD), Kia, Leapmotor e Lecar.

As duas últimas edições foram realizadas no São Paulo Expo (zona sul de São Paulo) em 2016 e 2018. A edição de 2020 foi cancelada devido à pandemia de Covid-19 e, nos anos seguintes, os custos envolvidos e o baixo interesse das montadoras inviabilizaram o evento.

O retorno do salão tem até um componente político. Em abril de 2024, durante a inauguração da nova sede da Anfavea (associação das montadoras), em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou a volta da mostra. Seis meses depois, a entidade confirmou o evento para 2025.

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Folha de São Paulo

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