Podcast debate machismo na Justiça e afastamento de magistrado por fala preconceituosa
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) determinou nesta quarta-feira (17) o afastamento do desembargador Luis César de Paula Espíndola, da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná. Ele se tornou alvo de reclamação no órgão por causa de declarações machistas dadas em um julgamento no último dia 3.
Na ocasião, ao rejeitar a manutenção de medidas protetivas pedidas por uma jovem de 12 anos que acusou um professor de assédio, Espíndola disse que hoje “as mulheres estão loucas atrás de homem”. Ele foi interpelado por uma colega e chamou a fala dela de “discurso feminista desatualizado”.
Depois, se desculpou e disse que não teve intenção “de menosprezar o comportamento feminino”. No CNJ, o corregedor Luís Felipe Salomão destacou que não seria razoável ter Espíndola presidindo um órgão que trata de questões envolvendo mulheres e menores, e apontou “a reiteração de conduta” dele —citando outras falas e apurações disciplinares.
O episódio desta quinta-feira (18) do Café da Manhã discute o machismo na Justiça brasileira. A advogada Eloísa Machado, professora da FGV (Fundação Getulio Vargas), discute como falas e comportamentos preconceituosos se refletem em decisões judiciais, explica as punições existentes hoje e analisa caminhos para aperfeiçoar o sistema.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Carolina Moraes e Lucas Monteiro. A edição de som é de Raphael Concli.
Folha de São Paulo