‘Qualquer pessoa tem direito a um tratamento’, diz presidente da Roche
A Roche, por muito tempo, teve um investimento muito forte, muito do seu portfólio ancorado na oncologia, e continua sendo um pilar estratégico para Roche. Na pesquisa de oncologia, a gente continua perseguindo a cura para o câncer. Mas, além dessa área, existem outras áreas que a gente entende que existe uma necessidade.
Lorice Scalise, presidente da Roche Farma Brasil
A Roche é uma empresa global, pioneira em produtos farmacêuticos e de diagnóstico. Fundada em 1896, tem sede na Basileia (Suíça) e atua em mais de 100 países, entre eles o Brasil. Mais de 30 medicamentos desenvolvidos pela Roche estão incluídos na lista de medicamentos essenciais da OMS (Organização Mundial da Saúde), entre eles antibióticos, antimaláricos e medicamentos contra o câncer.
Alto custo dos medicamentos de doenças raras
Todos têm direito à saúde e à vida. “Eu acredito, profundamente, que qualquer pessoa, tendo a necessidade de um tratamento, existindo um tratamento disponível, tem o direito de ter essa possibilidade”, declarou Lorice, na entrevista.
Os custos de medicamentos de doenças raras são altos. Lorice disse que o investimento nessas doenças massivas (como hipertensão, obesidade, doenças cardiometabólicas) é “altíssimo”. “Mas ele se justifica pelo número [porque existem muitas pessoas com essas doenças]”, declarou. Já em relação às doenças raras, não são tantas pessoas. “Que bom que não são tantas pessoas. Mas aquela pessoa que necessita precisa daquela medicação”, afirmou.
Deve haver investimento em infraestrutura básica, diz Lorice. “Quais são todos os custos que hoje estão sobrecarregando o orçamento da saúde e que não deveriam estar aí? Ou que estão consumindo um orçamento que poderia beneficiar uma pessoa de uma doença rara, mas que estão sendo usados, por quê? Porque não há investimento adequado em infraestrutura, não há água potável, daí, eu gero uma pessoa com uma doença que ela tem que ser tratada também. ‘Ah, mas ela custa barato’. Sim, mas são muitas pessoas, e esse é um dinheiro que a gente não precisaria estar investindo aí se eu tivesse investido em infraestrutura básica”, afirmou.
Matéria: UOL Economia