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Quem é Imane Khelif: boxeadora argelina que venceu italiana com 46 segundos, causa polêmica em relação ao seu gênero

Paris 2024

A atleta possui uma condição chamada Desordem de Desenvolvimento de Sexo (DSD), o que faz com que a atleta apresente altos níveis de testosterona, níveis similares ao de homens

Post da vitória sobre a italiana, nas Olimpíadas; nos comentários, chuva de racismos. Foto: Reprodução/Instagram Imane Khelif

Na manhã desta quinta-feira (1), uma polêmica no boxe feminino. Após a argelina Imane Khelif vencer a italiana Angela Carini em 46 segundos, a europeia desistiu não por culpa da rival, mas por sentir fortes dores no nariz após golpes da africana.

Na entrevista após a luta, a italiana revelou o porquê da desistência.

“Eu não perdi hoje, apenas fiz meu trabalho como lutadora. Entrei no ringue, lutei e não consegui. Saio de cabeça erguida e com o coração partido. Sempre fui muito instintiva. Quando sinto que algo não está certo, não é desistir, é ter a maturidade de parar”, disse Angela Carini.

Porém, sua entrevista repercutiu dando a entender que algo poderia estar errado, mas com a adversária em questão, Imane Khelif. A argelina possui uma condição chamada Desordem de Desenvolvimento de Sexo (DSD), que faz com que ela apresenta altos níveis de testosterona, similares ao dos homens, assim, sendo bastante superior a próprio Angela e as demais atletas, levantando dúvidas em relação ao seu gênero.

Não há evidências de que Imane Khelif seja uma mulher trans, ou seja, alguém identificado como homem ao nascer, mas cuja identidade de gênero não corresponde ao sexo biológico.

Em seu país

Na Argélia, país que Imane Khelif representa, é proibido a alteração de gênero em documentos oficiais. Caso a atleta realmente fosse trans, ela não representaria a Argélia com o nome feminino, já que é algo proibido por lei.

Desclassificação no Mundial

Em 2022, Imane Khelif foi desclassificada do Campeonato Mundial de Boxe, com a Associação Internacional de Boxe (IBA) alegando que a atleta possuia cromossomos XY. No entanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI), que baniu a IBA por questões de governança, permitiu que Khelif competisse nos Jogos de Paris 2024.

Nas redes sociais

O assunto repercutiu bastante nas redes sociais, com diversos ataques sobre a possibilidade de Imane ser transgênero. A informação foi desmentida pelo Comitê Olímpico da Argélia. A luta acabou em 46 segundos após a italiana sofrer um soco na região do nariz e não suportar a dor. Diversos perfis na internet acusaram a lutadora de ser trans, deixando o confronto entre as pugilistas, desigual.

“O Comité Olímpico e Desportivo da Argélia denuncia com a maior firmeza os ataques maliciosos e antiéticos dirigidos contra nossa ilustre atleta Imane Khelif por alguns meios de comunicação estrangeiros. Estas tentativas de difamação, baseadas em mentiras, são completamente injustas, especialmente num momento crucial em que ela se prepara para os jogos olímpicos, o auge da sua carreira”, manifestou o órgão.

Mesmo com a reprovação, a argelina foi autorizada pelo COI a participar do torneio olímpico de boxe feminino.O comitê também afirmou que tomou todas as medidas necessárias para proteger Imane Khelif.


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