Economia

Reforma tributária preocupa e ameaça permanência de startups no Brasil

Startups avaliam negativamente o texto em tramitação. “A reforma tributária é um desafio para o Brasil todo”, lamenta Gabriel Sant’Ana, coordenador da incubadora de startups Miditec. “Quem vai pagar o maior preço são as prestadoras de serviços”, prevê Noeli Krueger, diretora da Pronta Serviços Contábeis.

Modelo de tributação vai valer para todos os entes federativos. A proposta analisada pelo Congresso Nacional será aplicada em todos os 26 estados e o no Distrito Federal. “As startups da grande Florianópolis pagam ISS de 2%, porque têm benefício tributário. A gente vai sair de 5,65% e atingir 26,5%”, observa Luana Tomasi, tributarista sócia da Mosimann-Horn Advogados.

Segmento teme pela fuga dos empreendedores. Segundo Diego Ramos, presidente da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia), o IVA sobre os serviços de tecnologia devem superar os dois dígitos e afastar os cérebros do mercado nacional. “Segurar os nossos talentos já é um desafio, porque a gente compete globalmente. As empresas de fora vêm pra cá, acabam contratando nossos colaboradores e pagando muito melhor”, afirma.

Corremos o risco de perder empresas do nosso setor, que podem sair em busca de outros países que possam ter condições de negócios mais favoráveis.
Diego Ramos, presidente da Acate

Modelos de negócio deixarão de ser sustentáveis. Para Tomasi, os empreendedores que fizerem as contas vão perceber que os empreendimentos não darão retorno no tempo desejado. “Quando fizer as contas vai perceber que está colocando energia no modelo de negócio que vai ter lucratividade impactada e vai demorar muito para chegar num ponto de equilíbrio e inviável por conta do impacto da reforma”, destaca.

Não é só sair de 5,65 para 26,5. A gente vai precisar olhar para os negócios com um aspecto um pouco mais amplo.
Luana Tomasi, tributarista sócia da Mosimann-Horn Advogados

Matéria: UOL Economia

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