‘Risquei o 8 de janeiro de todos os calendários’, diz Múcio

Ministro disse que “riscou de todos os calendários” o dia 8 de janeiro. Ele afirmou ainda que após os ataques após as sedes dos Três Poderes não “conseguia” falar sobre Defesa em eventos. “Todos tinham suas verdades, todos tinham suas suspeições”, disse.
Às forças interessavam que absolutamente fosse elucidado tudo aquilo, havia o constrangimento de ver amigos de décadas nas raias da suspeição, havia indignação quando as coisas eram verdadeiramente detectadas, mas o pior sentimento é ver que a nuvem de suspeição pairava sobre todos eles.José Múcio Monteiro, ministro da Defesa
Atual ministro foi citado na defesa do ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira, em julgamento da denúncia da tentativa de golpe de Estado. Ex-ministro afirmou em defesa ao STF que estava alinhado com o comandante do Exército em 2022 e elencou como testemunha José Múcio.
No dia do julgamento, Nogueira pediu que a denúncia fosse aceita e listou testemunhas para sua defesa. A defesa entendeu deveriam ser ouvidos como testemunha o atual ministro da Defesa de Lula, José Múcio Monteiro e os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, general Freire Gomes e brigadeiro Carlos Almeida de Baptista Júnior.
Ministro defendeu a não interferência de militares na política brasileira em referência à PEC dos Militares — que prevê a transferência para a reserva dos militares que desejam participar da política. “Nós não queremos nem militares participando de política, nem políticos participando de vida de militar, para não se pensar em golpe, contra golpe, não pode ter lado, o lado da defesa é o país, cada um pensa de um jeito, vota em quem quer, mas colocando a farda, o líder é a Constituição e é o país.”
Majores, subtenentes e coronéis em novo julgamento
Denunciados do chamado Núcleo 4 são acusados de organizar ações de desinformação e propagar notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques virtuais a instituições e autoridades. Se a maioria dos ministros da Primeira Turma aceitar a denúncia, os acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal)