Saiba o que deve ser avaliado na hora de escolher a cadeirinha infantil para o carro

Quando George Marcucci e Fernanda Miele saíram em busca de um bebê-conforto para o filho Lucca, decidiram por uma das marcas referências no segmento. “Fomos presencialmente em uma loja, onde o vendedor nos apresentou o produto de maneira satisfatória, nos transmitindo segurança”, conta o gerente de marketing.
Na hora de trocar o equipamento reservado a bebês por uma cadeirinha para crianças, receberam a doação de um amigo. “Por ele entender bastante de carro e ter utilizado com suas filhas, aceitamos”, relembra Marcucci.
Situações distintas, mas com um ponto em comum: a sensação do casal de que fazem falta mais informações e avaliações dos produtos oferecidos no mercado.
Para a SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros de Mobilidade), o ranking do Pesri (Programa de Avaliação de Sistemas de Retenção Infantil), cujo último ensaio com cadeiras de criança ocorreu em 2023, é o parâmetro indicado. Os resultados podem ser encontrados no site www.pesri.org.
De acordo com a associação de engenheiros automotivos, é preciso ainda levar em consideração aspectos como facilidade de instalação, conforto e adequação da criança e facilidade de limpeza, além de verificar se a cadeira possui o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
“A criança precisa ficar à vontade e os revestimentos devem ser resistentes, confortáveis e fáceis de limpar. O ideal é que seja possível remover o estofamento para a adequada higienização”, aconselha Oliver Schulze, engenheiro membro do Comitê de Segurança Veicular da SAE Brasil.
Outra dica importante da entidade é que, de acordo com o modelo do carro, é possível verificar no site do Latin NCAP (organização que avalia a segurança dos veículos por meio de crash tests) qual cadeirinha foi testada, além de ver os dados e vídeos de testes realizados com diferentes automóveis.
“Igualmente importante é os pais testarem a cadeirinha antes da compra. Uma vez instalada, deve permanecer firme; caso haja folga, é um indicativo de que a cadeira não é adequada ao veículo e é recomendável então optar por outro modelo”, diz Schulze.
No entendimento do engenheiro, os sistemas Isofix e Top Tether de fixação da cadeirinha ao veículo já são bem seguros. Mas há espaço para avanços, como tecnologias semelhantes às usadas para monitorar o estado do motorista.
“Por exemplo, [tecnologias] para verificar se o cinto está corretamente afivelado, se a criança está sentada adequadamente ou até sistemas que enviam alertas aos pais para não esquecerem a criança no carro ao estacionar”, diz Schulze.
“Outro item interessante a se desenvolver seria a ventilação do dispositivo, uma vez que o ocupante pode passar bastante calor, sobretudo no bebê conforto.”
Folha de São Paulo