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Samir Hussein e os avanços na ortopedia e no tratamento da dor crônica

Sentir dor todos os dias não é normal, embora muita gente viva exatamente assim. Dores persistentes na coluna, joelhos ou quadris são mais do que desconfortos passageiros: podem limitar a rotina, comprometer a autonomia e impactar silenciosamente a saúde emocional. Com uma escuta atenta, formação técnica sólida e atuação em medicina regenerativa e intervenção em dor, o ortopedista Samir Hussein dedica-se a oferecer opções menos invasivas e mais personalizadas a quem já tentou de tudo e continua sem respostas claras.

Filho de pai libanês e mãe brasileira, o paulistano Samir Hussein cresceu em um ambiente familiar que via a medicina como uma missão. Apesar dos pais não serem da área, ele conta que “o entorno familiar era majoritariamente médico, e desde cedo, não havia muita dúvida sobre o caminho a seguir”. Aos 18 anos, saiu de casa para cursar Medicina na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul.

Mesmo cogitando permanecer no Sul, uma aprovação na concorrida residência de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de São Paulo o trouxe de volta à capital. Ali, Samir viveu cinco anos de intensa formação técnica em um dos centros mais respeitados da especialidade.

A escolha pela ortopedia e os primeiros questionamentos
A decisão pela ortopedia surgiu a partir da convivência com um professor. Com o tempo, no entanto, surgiu uma inquietação em relação à abordagem tradicional da especialidade. “Em alguns casos, a intervenção cirúrgica faz todo sentido. Em outros, percebi que havia espaço para algo menos agressivo”, reflete.

Essa inquietação motivou uma série de estudos e pós-graduações em medicina regenerativa, intervenção em dor e técnicas guiadas por imagem. “Quando vi pela primeira vez um procedimento guiado por ultrassom, percebi que aquele era o caminho que eu queria trilhar”, relembra.

Dor crônica e medicina regenerativa: uma abordagem integrada
Com formação complementar no Brazilian Institute of Regenerative Medicine (BIRM – Orthoregen) e em medicina da dor, o ortopedista passou a atender casos complexos com foco na individualidade do paciente. Seu público inclui tanto jovens com lesões iniciais quanto pessoas idosas com doenças degenerativas avançadas.

“Nos dois casos, meu objetivo é evitar procedimentos invasivos e propor abordagens cientificamente embasadas”, afirma. Entre os recursos mais utilizados estão o PRP (plasma rico em plaquetas), o aspirado de medula óssea (BMA) e, em casos específicos, células extraídas da gordura corporal.

O médico esclarece que esses tratamentos têm limitações. “Regenerativa não é sinônimo de cura. O objetivo é controlar a doença, preservar a estrutura e reduzir sintomas. Mas é essencial alinhar expectativas com o paciente”, pontua.

Explicações que aproximam
A proposta de cuidado inclui escuta ativa e explicações acessíveis. Samir recorre a desenhos, vídeos e analogias para tornar compreensível o que está sendo proposto. “A dor crônica não é apenas física. Ela altera a vida da pessoa, interfere nas relações, nos hábitos, no humor. Por isso, o cuidado precisa ser empático e individualizado”, explica.

Além disso, ele orienta os pacientes a buscar mudanças de hábitos para potencializar os efeitos da terapia regenerativa. Alimentação, sono e atividade física são pontos centrais. “Não é só o joelho ou a coluna. São os hábitos, o sono, a alimentação, o metabolismo. Tudo isso influencia no resultado do tratamento”, reforça.

Procedimentos guiados por imagem e tecnologias complementares
Samir explica que infiltrações articulares vão muito além do uso de anti-inflamatórios. “Hoje utilizamos recursos como o ácido hialurônico, que atua como um lubrificante biológico nas articulações com desgaste leve a moderado. Ele melhora o deslizamento articular e reduz a dor sem efeitos sistêmicos.”

O ortopedista também destaca o uso de ortobiológicos como o BMA e o PRP: “São opções que promovem modulação inflamatória e estímulo à cicatrização tecidual. A escolha entre eles depende do tipo da dor, do grau de desgaste e do metabolismo do paciente. “A resposta costuma ser progressiva, mas quando bem indicada, a infiltração devolve função e adia, ou até evita, a necessidade de cirurgia em muitos casos”, diz.

Em relação aos bloqueios de nervos periféricos, Samir comenta: “Quando identificamos que a dor vem de um nervo específico, colocamos substâncias próximas a este nervo por meio de ultrassom. Interrompemos a comunicação da dor. Por exemplo, na ciática, o paciente sente rapidamente a melhora”, afirma.

Sobre discectomia percutânea, ele detalha: “Em casos de hérnia de disco que, comprime raiz nervosa, utilizo um instrumento parecido com o tamanho de uma agulha guiada por imagem para remover parte do disco. É menos invasivo que cirurgia aberta e indicado quando o tratamento conservador não alivia e há compressão clara.”

O médico explica que Radiofrequência pulsada é a aplicação de correntes em alvos nervosos para modular a dor sem destruir tecido. “Funciona em dores crônicas articulares ou neuropáticas que não respondem a bloqueios simples, proporcionando alívio prolongado.”

Samir ressalta também que trabalha com diferentes tecnologias para potencializar os resultados dos tratamentos: “O campo eletromagnético de alta intensidade tem mostrado bons resultados no estímulo à cicatrização e no controle da dor crônica, especialmente em casos de artroses e tendinopatias. Já a terapia por ondas de choque atua em lesões crônicas, como as tendinites do ombro, favorecendo a regeneração celular por meio de estímulos mecânicos controlados.”

Quanto a terapias regenerativas, ele ressalta em voz direta: “PRP vem do próprio sangue do paciente. Concentro plaquetas e injeto onde há lesão para estimular reparo. Aspirado de medula óssea retira células tronco da bacia para injetar na área afetada.”

Sobre ácido hialurônico, o ortopedista destaca que funciona como um lubrificante para articulações com desgaste moderado. “Não regenera, mas melhora o deslizamento e alivia a dor temporariamente enquanto outras terapias fazem efeito”, diz.

Prevenção para evitar dores crônicas
Manter postura adequada no trabalho e em casa é essencial. O médico explica que, quando a pessoa passa horas sentada sem pausas, gera sobrecarga. “Ajustar cadeira e mesa ajuda a evitar problemas na coluna.”

Ele complementa: “Fortalecer o core e musculatura lombar profunda, seja com musculação ou pilates, reduz risco de degeneração precoce. Alongamentos mantêm mobilidade e previnem encurtamentos. Atividade física regular, como bicicleta ou natação, contribui para manter peso e saúde articular.”

Sobre alimentação e sono, adverte: “Dieta anti-inflamatória favorece a saúde das articulações. Sono adequado permite reparo tecidual. Se o paciente tem diabetes ou obesidade, o controle dessas condições faz parte do manejo da dor.”

Por fim, Samir conclui: “Prevenir é sempre melhor. Nossa vida longa deve vir acompanhada de atenção ao corpo para que o desgaste chegue mais tarde e com menor intensidade.”

Formação médica e impacto social
Hoje, Samir participa como instrutor em cursos voltados à capacitação de médicos em intervenções guiadas por imagem. Parte dos atendimentos realizados nesses cursos são destinados a pacientes em situação de vulnerabilidade, sem custos. “É uma forma de contribuir com a formação dos colegas e ampliar o acesso ao tratamento”, explica.

O ortopedista busca integrar o tratamento com fisioterapeutas, nutricionistas e instrutores de pilates. “Você trabalhar com paciente com dor crônica, se tiver uma fisioterapeuta, uma nutricionista junto, o resultado é outro”, afirma. Em muitos casos, ele mesmo realiza o contato com esses profissionais para alinhar condutas.

Um trabalho em construção, com foco no realismo
Embora envolvido com inovação, o ortopedista evita promessas. “Eu não prometo cura, eu não prometo que vou zerar a dor. Sempre explico que é um processo gradual. A medicina regenerativa exige mudança de estilo de vida e adesão do paciente”, comenta.

Ele também destaca a importância da atualização constante. “Infelizmente, muitos colegas seguem prescrevendo apenas analgésicos, sem abordar a raiz do problema. A regenerativa não depende da indústria farmacêutica, e talvez por isso ainda encontre resistência institucional”, avalia.

Um olhar atento ao futuro
 Com participação ativa em cursos e projetos educacionais, Samir segue investindo em atualizações técnicas e no compartilhamento de conhecimento. Mas faz questão de lembrar que, mesmo com os avanços da medicina regenerativa, o sucesso do tratamento depende da adesão do paciente. “Não existe pílula mágica. O paciente também precisa fazer a parte dele e, muitas vezes, essa é a parte mais difícil”, afirma.

Entre os planos para o futuro, está a criação de um centro voltado à medicina regenerativa, que una tecnologia, equipe multidisciplinar e cuidado personalizado. “Ainda estou construindo esse caminho, passo a passo, mas com muita convicção no que acredito. A medicina de hoje tem muitos recursos. Às vezes, o que falta não é opção, mas a informação certa e alguém que escute de verdade.”

CRM-SP: 177723 | RQE: 86002

Instagram: @dr.samirhussein
Site: https://lp.samirhussein.com.br




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