São Paulo inaugura centro para pessoas com autismo com atendimento para pacientes e familiares

A Prefeitura de São Paulo inaugurou nesta quarta-feira (2) o Centro TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) para atendimento de pessoas com autismo e familiares. Segundo a gestão municipal, trata-se do primeiro da América Latina, e terá capacidade para 22 mil atendimentos por mês. O espaço, que já está aberto para agendamentos de interessados a partir de seis anos, conta com serviços de educação e exercício físico.
Entre as atividades, estão aulas de música, dança, teatro e pintura. Também serão realizadas oficinas para o compartilhamento de experiências e fortalecimento de vínculos sociais, além de modalidades esportivas como natação, atletismo e futebol.
No total, a prefeitura teve um gasto de R$ 119 milhões para a implementação do centro. O local, com 5.800 metros quadrados, fica na avenida Santos Dumont, no bairro de Santana, na zona norte da cidade.
O equipamento recebe o nome de Doutora Marina Magro Beringhs Martinez. A advogada, que estava à frente da Procuradoria-Geral do Município, morreu aos 51 anos, no dia 5 de novembro de 2024 em decorrência de um câncer.
O centro tem piscina coberta e aquecida, quadra poliesportiva coberta, horta, jardim sensorial e playground. Também dispõe de teatro com dois camarins, cabines de som, luz e audiodescrição e biblioteca.
O espaço também oferecerá capacitações especializadas para o acesso ao mercado de trabalho por meio de programas de orientação profissional, estágios e oportunidades de emprego.
Os atendimentos serão realizados por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de diferentes especialidades, como psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e nutricionistas.
A gestão do centro ficará a cargo do Lemda (Instituto Lar Mãe do Divino Amor), uma organização da sociedade civil que venceu o edital de chamamento público lançado em 1º de novembro de 2024. Do valor repassado pela prefeitura para o centro, R$ 54,7 milhões foram destinados à obra, R$ 1,5 milhão ao projeto e R$ 63,2 milhões ao termo de colaboração com a instituição.
Para receber atendimento, famílias e pacientes devem agendar uma triagem com a equipe do local por meio deste link. Lá, é só clicar em “Faça seu agendamento aqui”, informar os dados pessoais da pessoa a ser atendida, anexar os documentos solicitados (laudo médico e comprovante de endereço) e selecionar o dia e horário de preferência para o primeiro atendimento.
Segundo a prefeitura, em até sete dias úteis será enviada uma confirmação do agendamento, com a data e horário, por WhatsApp, telefone ou e-mail.
Na consulta, paciente e responsável vão passar por uma entrevista para elaborar um plano de atendimento. Em um dia, o mesmo paciente poderá passar por até três atividades, com diferentes profissionais. O acolhimento tem prazo de 12 meses, mas pode ser renovado e chegar a até 24 meses.
O Centro TEA da zona norte é o primeiro de outros três projetos na cidade, segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB). “Já há indicação de terrenos para as novas unidades, que vão ficar na zona oeste, leste e sul, embora o processo ainda esteja em andamento. A expectativa é entregar mais uma unidade ainda este ano e as demais até o próximo ano”, afirmou durante o evento de inauguração.
Em São Paulo, a terapia multidisciplinar para pessoas com autismo também é oferecida nos CERs e nos Caps (Centro de Atenção Psicossocial) infantis e adultos. Enquanto o primeiro tem diversas modalidades de reabilitação, o atendimento no Caps é direcionado a pacientes com deficiência intelectual mais grave e sofrimento psíquico –justamente por isso, o serviço funciona de portas abertas, sem agendamento.
A prefeitura estima uma população de 350 mil pessoas com autismo na cidade, sendo que 19 mil estão matriculados na rede municipal de Educação.
Informação
Folha de São Paulo