Economia

Sem conexão no CE e RN, Enel revoga mais 280 MW de projetos solares

A Enel Brasil obteve autorização para revogar mais 280 megawatts em projetos solares fotovoltaicos nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Com esses projetos, a empresa já desistiu de 785 megawatts de solares, somadas as capacidades das UFVs (usinas solares fotovoltaicas) na Bahia e Pernambuco.

No caso das UFVs Cerrado Solar 1 a Cerrado Solar 5 (215,16 megawatts), localizadas no município de Quixeré, no Ceará, a Enel relatou que, na informação de acesso obtida do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), foi declarada a inviabilidade da conexão subestação Quixeré, barramento de 230 quilovolts, até a conclusão de obras planejadas pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

As informações foram verificadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para a revogação das outorgas. Na análise, a agência verificou que o ponto de conexão pretendido não possui disponibilidade de margem prevista para os próximos anos.

Desse modo, uma vez que a entrada em operação desses empreendimentos está prevista para fevereiro de 2028, a Enel Brasil destacou que as obrigações assumidas nas outorgas se tornaram inexequíveis.

SOLARES CUMARU

Já para as usinas solares fotovoltaicas Cumaru Solar 1 e Cumaru Solar 2 (64,5 megawatts), localizadas no município de Pedra Grande, no Rio Grande do Norte, a inviabilidade de acesso foi constatada no barramento de 230 quilovolts, da subestação João Câmara III.

A Enel Brasil declarou que o relatório do parecer de acesso obtido do ONS mostra ainda a “necessidade de restringir a geração de usinas localizadas nas regiões Norte e Nordeste em determinados cenários energéticos, para fins de evitar violações dos limites de transferência de energia entre as regiões Norte/Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste, assim como para fins de assegurar o equilíbrio entre a carga e a geração do SIN [Sistema Interligado Nacional]”.

Desse modo, a Aneel relata que uma vez que a entrada em operação desses empreendimentos está prevista para outubro de 2026, a empresa concluiu que “as condições de acesso ao SIN inviabilizam a implantação das centrais dentro desse prazo”.

REVOGAÇÃO DE OUTROS PROJETOS DA ENEL

A Enel justificou à agência que, ao solicitar o parecer de acesso das eólicas Ventos de São Cirilo 01 a 3 (92,4 megawatts), obteve a declaração de inviabilidade de acesso para conexão no barramento de 500 quilovolts da subestação Morro do Chapéu II, até a entrada em operação de obras de transmissão.

“Parte dessas obras de transmissão sequer haviam sido outorgadas e, portanto, não possuíam previsão de conclusão, e parte das obras possuíam prazo de conclusão para setembro de 2027”, disse a Enel Brasil.

Em carta disponibilizada em um dos processos, a empresa explica que o pedido envolve processos, solicitados em 19 de maio, e que também envolvem: UFVs São Micael 1 a São Micael 5 (PI), e as eólicas Ventos de Santa Esperança 1 a Santa Esperança 7 e Santa Esperança 28 –divididas em dois processos.

Folha de São Paulo

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