Síndrome do choque tóxico: quando arranhões simples podem levar a amputações
Já imaginou perder os dedos das mãos e as pernas por causa de um simples corte? Pois bem, foi isso o que aconteceu com o estadunidense Dylan Riley, de 31 anos, quando se cortou na perna: ele adquiriu a Síndrome do Choque Tóxico, uma condição médica rara que faz o corpo atacar a si próprio.
O problema com essa síndrome, contudo, é que ela desencadeia uma resposta inflamatória tão intensa no organismo que os órgãos e demais partes do corpo podem desenvolver um quadro intenso de necrose e com alta possibilidade de amputação. A seguir, confira mais informações sobre a síndrome, os sintomas e cuidados simples que podem preveni-la.
Para quem tem pressa:
- Um homem adulto se cortou na perna e contraiu uma bactéria que produz toxinas graves;
- Essas toxinas desencadearam uma resposta inflamatória muito grande no corpo, deixando-o ainda mais doente;
- Esse quadro é conhecido como Síndrome do Choque Tóxico e, em situações muito graves, pode levar a amputação de alguns membros do corpo, a fim de evitar que a necrose, causada por complicações da bactéria, se espalhe pelo resto do corpo;
- Por isso, é sempre importante lavar cortes e feridas com água corrente, sabão, passar antisséptico e fazer um curativo limpo e seco.
O que é a síndrome do choque tóxico e por que ela ocorre?
Segundo o Manual MSD, a Síndrome do Choque Tóxico é uma condição médica muito rara e muito grave, desencadeada no organismo humano quando determinadas bactérias entram na corrente sanguínea e produzem toxinas que levam a uma intensa resposta inflamatória no corpo.
Podemos citar como exemplo o caso de Dylan Riley: ele estava em um momento de descontração com os amigos e sofreu um corte na perna enquanto jogava freesbee. O que parecia algo simples, infelizmente, deu origem a um problema complexo: o corte na perna dele serviu como uma porta de entrada para bactérias como Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes.
Essas bactérias são exemplos de micro-organismos que produzem toxinas extremamente perigosas. Isso porque elas geram uma resposta inflamatória intensa, que faz as células do corpo atacarem a si próprio e isso danifica consideravelmente os nossos órgãos. Em outras palavras, as toxinas sobrecarregam o sistema imunológico humano e desencadeiam uma espécie de inflamação generalizada.
Os sintomas dessa síndrome, somados ao quadro de inflamação, podem gerar febre alta, pressão baixa, diarreia, vômito, dores musculares e, no estágio mais grave, a necrose. Essa última é considerada como a morte dos tecidos e células que, num caso grave, é irreversível.
Dylan Riley ficou bem após o corte, mas dias depois, os sintomas apareceram e evoluíram de tal forma que ele perdeu a capacidade de mexer a maior parte do corpo.
Já no hospital, o quadro de inflamação de Dylan evoluiu, os órgãos saudáveis sofreram com a interrupção do fluxo de sangue e oxigênio, o que desencadeou o quadro de necrose nas extremidades do corpo – mais especificamente, de todos os dedos das mãos e das duas pernas.
Segundo o médico Bob Schoaps, responsável por seu atendimento, o rapaz poderia ter morrido se tivesse esperado mais tempo para pedir socorro.
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Para prevenir uma situação como essa, o indicado é lavar com água e sabão os cortes que aparecem no nosso corpo, além de aplicar antissépticos e, se necessário, fazer um curativo e mantê-lo sempre limpo e seco.
O tratamento da síndrome, contudo, depende do quão grave ela atacou o corpo: algumas pessoas recebem não apenas antibióticos para matar as bactérias, mas suportes respiratórios e intervenções cirúrgicas a fim de evitar que a necrose se espalhe.
Há outros métodos de contágio, como é o caso de mulheres que utilizam tampões ou outros dispositivos inseridos na vagina. Em qualquer caso de alteração, o médico deve ser consultado.
Olhar Digital