Economia

Inflação de serviços ganha força e vai limitar ciclo de queda da Selic

Preço dos serviços preocupa diretores do BC. Na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que reduziu a taxa Selic a 10,5% ao ano, alguns diretores classificaram a inflação do segmento como um dos fatores de risco para o futuro do IPCA. A avaliação considera que o índice dos serviços está “acima do nível compatível com o cumprimento da meta”.

Alguns membros mostraram maior preocupação com a inflação de alimentos no curto prazo, enquanto outros seguiram enfatizando o papel da inflação de serviços.
Ata da última reunião do Copom

Risco considera juros mais baixos como impulso para a inflação. Principal ferramenta monetária para limitar o avanço dos preços, a taxa básica estabelece o patamar das linhas de crédito de determinada economia. Ao serem reduzidas, taxas como a Selic facilitam o consumo das famílias e, consequentemente, abrem caminho para mais inflação com o aumento da procura por bens e serviços. O cenário oposto ocorre em movimentos de alta.

Preços de bens e serviços têm movimentações distintas. Rachel Sá, chefe de economia da Rico, afirma que a aceleração da inflação de serviços “acende uma luz amarela” para a definição da Selic. Ela explica que o sinal de alerta envolve a menor sensibilidade do setor em eventuais choques de oferta. O fenômeno é mais perceptível na produção de bens, que evidenciam primeiro as decisões sobre as taxas de juros.

O cabeleireiro não aumenta o preço dos seus serviços com a inflação do tomate ou do minério de ferro. Não existe uma sensibilidade tão grande e ele vai basear sua tabela de preços na procura pelos cortes. O custo de vida pessoal vai ser impactado, mas se ele reajustar muito os preços e a demanda não estiver alta, ele pode perder clientes.
Rachel Sá, chefe de economia da Rico

Futuro incerto

Rumo da taxa Selic é imprevisível. Com a inflação dos serviços como um dos focos, o movimento de cortes dos juros básicos teve a intensidade reduzida para 0,25 ponto percentual no último encontro do Copom. A decisão dividiu os 11 diretores da autoridade monetária e deixou em aberto os próximos passos do colegiado.

Matéria: UOL Economia

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