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A Casa do Dragão mostra que sabe encantar quando a narrativa encontra propósito

Sexto episódio da segunda temporada foi exibido neste domingo (21)

Este humilde jornalista que vos fala foi achincalhado nas redes sociais na semana passada ao criticar o (quase) indefensável quinto episódio da segunda temporada de A Casa do Dragão. Pois bem, com o sexto episódio exibido neste domingo (21), a série derivada de Game of Thrones mostrou a todos que sabe encantar quando a narrativa encontra um propósito – e o melhor, sem a muleta de batalhas entre humanos ou bestas voadoras gigantes.

É necessário ressaltar: em Game of Thrones, as batalhas campais mais marcantes, a exemplo de Durolar e Batalha dos Bastardos, aconteceram apenas em temporadas mais avançadas, quando a série já era um fenômeno mundial. Com dragões, então, foram apenas nos últimos – e altamente criticados – anos. Isso mostra que a produção original conquistou o mundo sem se apoiar em grandes sequências de ação, quando os esquemas políticos, diálogos ácidos e mortes surpreendentes dominavam as discussões de fãs entre um domingo e outro.

Por que, então, a segunda temporada A Casa do Dragão está sendo tão criticada por tentar fazer o mesmo? A resposta, na minha humilde opinião, é pela qualidade um tanto pobre do roteiro da equipe liderada pelo showrunner Ryan Condal. Parte disso se deve ao fato de o livro Fogo e Sangue funcionar mais como um relato histórico do mundo criado por George R.R. Martin do que como uma narrativa tradicional, como é nas Crônicas de Fogo e Gelo. Isso força o time de Condal a criar tramas paralelas e diálogos inexistente, e nem sempre o resultado é o melhor possível – sim, estou olhando para você, Daemon (Matt Smith).

No caso do sexto episódio, A Casa do Dragão investiu em uma narrativa que encontrou propósito ao avançar na história que se propôs a contar. Praticamente todos os diálogos e ações de seus personagens principais tiveram influência no que virá a seguir, da Semeadura idealizada por Rhaenyra (Emma D’Arcy) aos conflitos internos da Fortaleza Vermelha, que viu a influência dos Pretos crescer entre a população e uma cisão aparentemente sem volta entre Alicent (Olivia Cooke) e Aemond (Ewan Mitchell). Até mesmo Daemon, que há muitos episódios vem andando em círculos, parece ter encontrado um norte com sua parceria com Alys (Gayle Rankin), mesmo que ainda sofra com seus delírios intermináveis.

Parte essencial da trama do segundo ano por sua importância para o futuro de A Casa do Dragão, a Semeadura logo mostrou as consequências positivas e negativas da estratégia de Rhaenyra. Havia um medo de que a seleção de domadores de dragões levasse mais tempo para dar resultados, mas o encerramento do episódio sugeriu que haverá um avanço nesta parte da história para que o fim da temporada possa ser o que sempre esperamos de uma franquia como Game of Thrones: apoteótico.

Para não citar apenas os protagonistas, coadjuvantes como Larys Strong (Matthew Needham), Mysaria (Sonoya Mizuno), Rhaena Targaryen (Phoebe Campbell) e Addam de Casco (Clinton Liberty) ganharam destaque para mostrar a importância de seus arcos para a história da série. Sejam fillers ou não, estas narrativas serviram a um propósito maior e não apenas esticar a trama para atingir a meta de oito episódio – uma falha que, no passado, quase custou caro para Game of Thrones. Para o nosso conforto, como quase tudo na vida, é na tentativa e erro que se constrói uma boa história.

A segunda temporada de A Casa do Dragão está em exibição, com episódios semanais aos domingos, às 22h, na HBO e na Max.

Fonte: Omelete

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