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Como esgoto de SP pode ajudar a criar vacinas da gripe melhores

Um novo grupo de pesquisas vai monitorar o surgimento e avanço de novas cepas do vírus influenza, causador da gripe, a partir de amostras de esgoto de São Paulo.

Vírus da influenza, causador da gripe, pode matar mais de meio milhão de pessoas todo ano no mundo (Imagem: Vitória Gomez via DALL-E/Olhar Digital)

A estratégia já foi aplicada durante a pandemia de Covid-19. O objetivo é estar atualizado com as cepas em circulação para o desenvolvimento de vacinas mais eficazes.

Grupo de pesquisas vai analisar esgoto em busca de novas cepas da gripe

O grupo de pesquisas foi criado pelo Institut Pasteur de São Paulo (IPSP), ligado à Universidade de São Paulo (USP).

O grupo vai coletar periodicamente amostras de esgoto da capital paulista, que ajudará a identificar quais cepas do vírus influenza estão em circulação e quais trazem riscos à saúde humana e animal. A análise também permitirá entender o início e o pico da transmissão de cada cepa, e como se dá a circulação na cidade.

As informações serão repassadas às autoridades de saúde para ajudar no desenvolvimento de uma vacina atualizada e mais eficaz contra a gripe.

Campanha de vacinação contra a gripe influenza começou nesta segunda-feira
Campanha de vacinação contra gripe acontece todos os anos no Brasil (Imagem: Secretaria da Saúde do RS)

Vacinas da gripe atuais protegem contra três cepas

Atualmente, as vacinas da gripe distribuídas pelo Ministério da Saúde protegem contra três cepas, as mais comuns nos hemisférios Norte e Sul.

Só que tem um problema: as cepas presentes na vacina não são necessariamente as mesmas que estão em circulação. Isso porque o vírus da gripe sofre mutações rapidamente e, algumas delas, escapam da proteção do imunizante.

O estudo permite identificar essas mudanças rapidamente por meio da coleta e análise de água residual do saneamento básico.

Essa não é a primeira vez que essa técnica é usada para se manter atualizado em relação a vírus. Segundo Rúbens Alves, virologista e biomédico imunologista, ao UOL, a vigilância se mostrou eficaz durante a pandemia de Covid-19, com mais de 100 países aderindo.

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Vírus da gripe é um dos responsáveis por pandemias

  • Atualmente, quem monitora a evolução do vírus da gripe e seu potencial pandêmico é a Rede Global de Vigilância de Influenza da Organização Mundial da Saúde (OMS). A cada seis a oito meses, a organização divulga quais cepas devem ser usadas na produção das vacinas;
  • No entanto, essa análise depende da testagem de pessoas com suspeita de gripe, não abrangendo pessoas que não vão ao hospital por diversos motivos. A coleta de amostras do esgoto permite análise mais representativa da população;
  • Vale lembrar que o vírus da influenza é causador da maioria das pandemias globais. Segundo a OMS, são cerca de um bilhão de casos de gripe por ano no mundo, sendo entre 290 mil e 650 mil óbitos;
  • O projeto do IPSP deve durar entre quatro e cinco anos.

Olhar Digital

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