Economia

as ações que tiveram disparada após os balanços

Alguns papéis fecharam com ganhos expressivos após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) na noite da última terça-feira (6), sendo a Movida (MOVI3) o grande destaque do pregão desta quarta (7), com valorização de 16,83%, a R$ 7,36. Blau Farmacêutica (BLAU3) teve alta de 11,88%, a R$ 11,30, e Vulcabras (VULC3), fechou com ganho de 10,27%, a R$ 17,40. Já Odontoprev (ODPV3) teve valorização de 4,95%, a R$ 11,67, enquanto Cury (CURY3) subiu 5,29%, a R$ 22,71.

Dentro do Ibovespa, a PRIO (PRIO3) registrou alta de 4,21%, a R$ 45,07. Registrando ganhos ainda mais expressivos, esteva o GPA (PCAR3), com alta de 8,42%, a R$ 3,09, mas cujas ações têm enfrentado volatilidade nos últimos pregões em meio a rumores sobre saída do Casino.

Confira as análises para os resultados das companhias:

A Cury entregou um forte conjunto de resultados, superando as estimativas em todos os aspectos do Itaú BBA. O lucro líquido ficou 16% acima da projeção do banco e 8% acima da estimativa de consenso, apesar das maiores despesas gerais e administrativas.

O desempenho sólido, combinado com o tom cada vez mais otimista da empresa em seu pipeline de lançamentos, sugere um risco de alta para as estimativas de 2024 e 2025 na faixa de 5% a10%.

O BBA mantém classificação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 25.

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Na mesma linha que BBA, o Bradesco BBI ressalta outro trimestre forte no lado financeiro da Cury, com os principais destaques positivos sendo o recorde de R$ 1 bilhão em receita líquida e sua margem líquida de 17%, o que levou a um impressionante ROE de 62%, superando o BBI e o consenso em 14% e 9%, respectivamente. O banco mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28.

A Movida (MOVI3) divulgou seus números do segundo trimestre de 2024 (2T24), com números considerados fortes pelos analistas, baseado no aumento de tarifas. A companhia reportou lucro líquido de R$ 42,5 milhões no segundo trimestre de 2024, revertendo o prejuízo líquido de R$ 17,9 milhões registrado no mesmo período de 2023, conforme divulgação realizada no período da noite da terça-feira, 6, após o fechamento do mercado financeiro. No critério ajustado, a cifra atingiu R$ 80,1 milhões ante um resultado negativo de R$ 15,5 milhões um ano antes.

Entre abril e junho, o Ebitda consolidado somou R$ 1,149 bilhão. A cifra, recorde para a companhia, representa crescimento de 29,2% quando comparado ao mesmo intervalo de 2023 e superando a projeção do mercado em 8%.

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A Genial aponta que a Movida apresentou resultados positivos que superaram tanto as suas expectativas quanto as do mercados. Os números foram impulsionados pelo bom desempenho no segmento de locação, refletido na expansão de receita e na forte margem Ebitda no segmento, e por um volume de venda de carros maior do que o esperado. Esse bom desempenho em locação, ajudou a compensar a queda de margem bruta de seminovos e fez com que a Movida superasse a projeção de lucro.

A XP também destacou o aumento de tarifa, com um desempenho positivo em 10% no Rent-a-Car (RaC) anualmente, com a gestão focada na recomposição de yields para melhorar os níveis de rentabilidade.

Vulcabras (VULC3)

A Vulcabras (VULC3), dona das marcas Olympikus, Under Armour e Mizuno, divulgou um resultado do segundo trimestre de 2024 (2T24) considerado em linha com o esperado, ao mesmo tempo em que divulgou dividendos e recompra de ações que chamaram a atenção do mercado.

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Conforme destaca a XP, as vendas líquidas aumentaram 5% em relação ao ano anterior, apoiadas principalmente pelo mix/preço em todas as categorias, enquanto os volumes ficaram estáveis (-1% em relação ao ano anterior) devido a um cenário macroeconômico e competitivo desafiador no Brasil, juntamente com as exportações ainda fracas da Argentina/Peru.

O lucro líquido foi de R$ 140 milhões, estável em relação ao ano anterior, uma vez que os resultados operacionais mais fortes foram mais do que equilibrados por impactos fiscais (-1,2 p.p na margem líquida), enquanto a geração de caixa foi positiva em R$ 80 milhões, impulsionada por melhores resultados operacionais.

A companhia aumentou seu programa de recompra de 5 milhões para 10 milhões de ações, uma vez que a empresa já conta com cerca 2 milhões de ações (2% das ações em circulação) em tesouraria atualmente.

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O Itaú BBA ressalta que os dividendos anunciados totalizam R$ 204 milhões para o 2S24, implicando um rendimento de dividendos (dividend yield, ou dividendo em relação ao valor da ação) de cerca de 5%. “Como temos enfatizado, esperamos que o rendimento de dividendos aumente no próximo ano, ultrapassando o nível de dois dígitos baixos”, aponta o banco.

A PRIO reportou resultados acima das expectativas do Itaú BBA e do consenso, com um resultado operacional (Ebitda) de US$ 570 milhões. O destaque do resultado, na visão do banco, é a rápida e consistente desalavancagem da companhia devido à forte geração de caixa, o que deixa a empresa bem-posicionada para potenciais oportunidades de crescimento inorgânico que possam aparecer.

Já o Bradesco BBI avalia que a empresa mais uma vez gerou forte fluxo de caixa ao acionista (FCFE), que foi duas vezes maior que o trimestre anterior, já que o capex caiu 43% em relação ao trimestre anterior, já que as campanhas de workover ainda estão esperando o Ibama emitir licenças para a atividade.

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O BBI ainda reduziu o preço-alvo para 2025 de R$ 73 para R$ 70 para refletir uma produção mais fraca em julho e também uma produção no 2º semestre mais próxima de 82 mil barris de petróleo por dia (bpd).

O Morgan Stanley, por sua vez, disse que os resultados foram fortes no 2T24, mas ventos contrários na produção são mais importantes no curto prazo, como a greve em andamento do IBAMA, que está impedindo o workover em quatro poços e atrasando o primeiro óleo no projeto Wahoo. “Uma resolução rápida dos ventos contrários da produção é essencial para que as ações sejam reclassificadas”, destacam analistas.

Para Itaú BBA, a Blau relatou um conjunto de bons resultados, com a linha superior da empresa reforçada pelo mercado privado. “Tanto os volumes quanto o tíquete médio mostraram crescimento no portfólio maduro, com boas tendências para os medicamentos do pipeline”, ressaltam analistas.

Além disso, segundo o BBA, um melhor custo de reposição de estoques impulsionou uma expansão da margem bruta, resultando em uma elevação de 18% no Ebitda. Apesar disso, BBA mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 12.

A XP ressaltou que as margens ainda estão baixas em base anual, mas a empresa apresentou ganhos sequenciais trazidos principalmente por custos e melhorias em despesas gerais e administrativas, embora parcialmente consumidos por um aumento de PDD (provisão para devedores duvidosos). Os níveis de estoques diminuíram mais uma vez, o que deverá continuar auxiliando na conversão de caixa.

Odontoprev (ODPV3)

Segundo o BBA, a Odontoprev (ODPV3) apresentou melhor crescimento da base de beneficiários, auxiliado principalmente pelo segmento corporativo, levando a um aumento de 6% na receita líquida na base anual.

Já a sinistralidade (DLR) atingiu 40,9%, uma queda de 0,4 pp na base anual com alguma melhora em todos os segmentos. O EBITDA ajustado cresceu 10% na base anual, auxiliado principalmente por uma forte diluição nas despesas no trimestre. O lucro líquido veio em linha com a previsão do banco.

A XP avalia que o GPA reportou uma melhora nos resultados do segundo trimestre, com um fraco desempenho de receita, margens sólidas em cima de melhorias operacionais e resultados financeiros ainda pressionados.

Em uma base consolidada (excluindo postos de gasolina), as vendas líquidas cresceram +2,5% em relação ao ano anterior, com o bom desempenho do formato de proximidade (+23% em relação ao ano anterior, se beneficiando de 51 aberturas nos últimos 12 meses) ofuscado por uma desaceleração do SSS (vendas mesmas lojas) no Pão de Açúcar (+2,7%), otimização da filial de Aliados (-19%) e um efeito negativo de calendário, já que a Páscoa deste ano ocorreu no 1º trimestre.

A rentabilidade foi um destaque, com a margem bruta aumentando 1,9 p.p em relação ao ano anterior, atingindo um nível recorde (de 28,2%). No entanto, apesar da melhora operacional, o prejuízo líquido foi pior do que as estimativas da XP (operações continuadas em – R$272 milhões), devido a despesas de R$55 milhões relacionadas ao fechamento de lojas do Extra Mercado, enquanto a geração de caixa atingiu R$ 21 milhões, principalmente devido a melhores condições com fornecedores, porém com dívida líquida aumentando em R$ 63 milhões trimestralmente.

Para o BBI, os resultados do 2T24 como amplamente neutros para as ações do GPA. O banco reconhece parte do progresso nas iniciativas de recuperação, com a expansão da margem Ebitda anual ajustada acelerando sequencialmente, embora um pouco às custas da desaceleração do crescimento anual das vendas líquidas – em parte devido ao efeito do calendário da Páscoa no crescimento das vendas (aumento de 2,7% no 1T24 e queda de 1,5% no 2T24).

O banco espera que o processo de desalavancagem do GPA continue à medida que suas iniciativas de lucratividade progridem e que ele receba o restante dos recursos de seu programa de monetização de vendas de ativos não essenciais (postos de gasolina e sede) —que agora a empresa disse que se encerrou. Estamos ansiosos para ver a maturação das iniciativas de recuperação e seus impactos na desalavancagem do GPA ao longo de 2024.

Infomoney

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