Economia

Mariana Grilli: Agro deixa de exportar R$ 1,7 bi em julho devido à ineficiência dos portos

Em julho, a exportação de café cresceu de 25,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, e a receita cambial aumentou 47,9%, atingindo o valor US$ 932,5 milhões. Por outro lado, os 27 associados do Cecafé tiveram, ao todo, prejuízos de R$ 7,456 milhões no mesmo mês. Os valores podem ser maiores, se consideradas as 288 empresas exportadoras de café do país.

Ele explica que não é possível repassar os custos adicionais para outros atores da cadeia e o prejuízo sai do fluxo de caixa de quem exporta. Afinal, o café é vendido no mercado futuro, então o preço é travado antes e no mês combinado é feita a entrega.

Na logística reversa dos impactos, o prejuízo também é sentido pelo produtor. Atualmente, há cerca de 300 mil cafeicultores no país, e 65% da produção deles vai para exportação. “Quando você tem a menor entrada de divisas e esses prejuízos, você tira a margem de repasse do preço FOB [valor que o exportador recebe pelo café, incluindo todas as despesas] ao produtor”, avalia o diretor do Cecafé.

Infraestrutura limitada

O porto de Santos, principal via de exportação dos cafés brasileiros, registrou o maior índice de atrasos de porta-contêineres, envolvendo 105 das 136 embarcações. “Toda uma cadeia por trás dessa logística tem seus impactos. Se não levarmos essa informação, continua-se tendo a impressão de que o agro vai muito bem de ponta a ponta, e que não há problema de infraestrutura no país”, diz.

Eduardo Heron pondera que a própria autoridade portuária de Santos está investindo R$ 12 bilhões em infraestrutura, mas a realidade é que o Brasil inteiro tem limitações para grandes embarcações em relação ao que já é praticado no mundo. A título de comparação, ele aponta que, embora o país ocupe o primeiro lugar na produção de muitas commodities, é 26º no ranking de países exportadores.

Matéria: UOL Economia

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