Economia

Nova cônsul-geral da França em SP diz querer mais empresas brasileiras em seu país

Nomeada no início deste mês para comandar o Consulado Geral da França em São Paulo, Alexandra Mias diz querer ampliar a presença de empresas brasileiras no país europeu e fortalecer parcerias de longa data para alcançar objetivos comuns às duas nações, como o combate ao aquecimento global.

Mias é a primeira mulher a ocupar o cargo na história da representação. Ela desembarcou na capital paulista depois de passagens pelas embaixadas francesas em Brasília e em Pequim. Mais recentemente, foi diretora adjunta de imprensa no Ministério da Europa e das Relações Exteriores da França.

Sob sua alçada estão cerca de 600 das 1.100 empresas francesas instaladas no Brasil e a maior comunidade originária do país europeu que hoje vive em solo brasileiro —mais de 50% dela se concentra em São Paulo, segundo a diplomata.

“Somos, pelo quinto ano consecutivo, o país mais atrativo para os investimentos estrangeiros na União Europeia. Algumas empresas brasileiras estão pensando num processo de internacionalização, e a França poderia ser um lugar muito bom para elas”, afirma a cônsul-geral à coluna.

Ela diz que outro eixo importante de trabalho para a sua gestão são as cooperações científica, acadêmica e cultural, citando a inovação e a inteligência artificial como temas prioritários para o presidente Emmanuel Macron.

A USP (Universidade de São Paulo), que teve a colaboração de uma missão francesa em sua fundação, e o recém-inaugurado Institut Pasteur de São Paulo são citados por ela como instituições parceiras.

“Para mim, é importante nos apoiarmos em parcerias de excelência de longa data para respondermos juntos aos desafios do futuro. Brasil e França têm muitos pontos de convergência, seja a luta contra o aquecimento global, a preservação da biodiversidade, a inclusão social ou a globalização inclusiva”, diz.

Mias afirma que já são planejados eventos e ações para a Temporada França-Brasil, em 2025, que celebrará o bicentenário das relações diplomáticas entre os dois países.

“Um dos eixos importantes será a defesa da democracia e a luta contra a desinformação. Além de tratar da cooperação cultural, a temporada também vai levar mensagens políticas”, antecipa.

Sobre o fato de ser a primeira cônsul-geral da representação diplomática, Mias diz se sentir honrada e com uma grande responsabilidade. “Tenho a sorte de pertencer a um Ministério [das Relações Exteriores] que tem uma agenda muito clara para promover a diplomacia feminista, seja no interior ou no exterior”, afirma.

“Temos que ter mais exemplos de representação feminina nos cargos de direção e de liderança, seja no âmbito político, da arte, do conhecimento ou das pesquisas”, completa.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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Folha de São Paulo

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